segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Lúcio Costa

Lúcio Costa

(Arquiteto e urbanista brasileiro)

27-2-1902, Toulouse, França

13-6-1998, Rio de Janeiro (RJ)




Autor do Plano Piloto de Brasília, uma das maiores realizações urbanísticas do século, Lúcio Costa foi um pioneiro na moderna arquitetura brasileira. Natural de Toulouse, na França, filhos de pais brasileiros, graduou-se em arquitetura pela Escola Nacional de Belas-Artes, no Rio de Janeiro, em 1924.
Em 1936, liderou a equipe de jovens arquitetos, entre eles Oscar Niemeyer, que, a partir do traço inicial de Le Corbusier, criaram o Ministério da Educação, hoje Palácio da Cultura, no Rio de Janeiro, que viria a se tornar um marco histórico na arquitetura brasileira. Três anos depois, conquistou o primeiro lugar num concurso para escolha do pavilhão brasileiro na Feira Internacional de Nova York (EUA). Em 1957, venceu o concurso público dedicado à construção da nova capital brasileira: Brasília.




Como urbanista, fez mudanças no trânsito do Rio de Janeiro, realizou o plano de urbanização da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá e alargamento da Praia de Copacabana. Morreu em casa, aos 96 anos. Deixou uma filha, Ana Elisa Costa, também arquiteta.














Entre as obras arquitetônicas mais conhecidas:









  • A Vila Monlevade, em Minas Gerais.
















O arquiteto elaborou o projeto para um concurso de habitação operária na cidade de Monlevade, em Minas Gerias, no ano de 1935.














  • A Cidade Universitária da ilha do Fundão - R.J




















O Projeto elaborado em 1936, na ilha do Fundão localizada no R.J, trata-se de uma ilha artificial criada a partir de um aterro formado por um pequeno arquipélago de 8 ilhas. Foi feito para abrigar a Cidade Universitária, hoje, UFRJ.














  • O Conjunto Residencial do Parque Guinle - R.J








O conjunto residencial do Parque Guinle (1948-1954), no Rio de Janeiro é um importante conjunto formado por três edifícios modernos concebidos conforme os princípios propostos por Le Corbusier. Em meio ao agradável parque público, os edifícios serviram de ensaio para o padrão residencial das superquadras de Brasília.
















  • A Casa do Brasil, na Cidade Universitária de Paris






















A Cidade Universitária de Paris possui a Casa Brasil, uma das 23 casas nacionais que acolhe professores, pesquisadores e estudantes brasileiros que vão a Paris em programa acadêmico. O projeto de Lucio Costa e Le Corbusier é de 1950 e a casa foi fundada em 1959.










  • O Jóquei Clube de São Paulo























Sede central do Jóquei Clube de São Paulo, projeto de Lúcio Costa (1959).












Contexto Histórico/Político e Tecnologias

































Niemeyer, Israel Pinheiro, Lúcio Costa e JK (anos 50)







A década de 50 foi a mais importante para Lucio Costa. Mais precisamente o ano de 1957 onde surgia a mais nova capital no sertão goiano, Brasília. Iniciou-se o crescimento rápido, o desenvolvimento do Brasil no governo de JK, tanto que ficou conhecido como "anos dourados".



Nos anos 50 também deu-se o surgimento do fanfarrão animador de programas de auditório Chacrinha, o pai da bossa nova João Gilberto e o DKW, o primeiro carro de passeio nacional.



Apoiado num surto de crescimento mundial, centrado na recuperação da Europa do pós-guerra, o Brasil começava a fabricar automóveis, tinha um presidente visionário que prometera instalar a capital no planalto goiano e experimentava grande excitação no campo da cultura. Foi nessa época que se fabricou o primeiro carro no Brasil, o DKW Vemag, com 50% de peças nacionais.




O projeto, marco internacional da arquitetura moderna, foi o primeiro em grande escala a aplicar os cinco pontos da arquitetura postulados por Le Corbusier: planta livre, fachada livre, pilotis, teto-jardim e aberturas horizontais. Foi também o primeiro edifício desse porte a utilizar a cortina de vidro e brises móveis. O projeto marca a revelação de Oscar Niemeyer, que integrou a equipe por ser desenhista de Lucio Costa.

No final da década de 1930, Lucio Costa ganhou o concurso para o Pavilhão do Brasil na Feira Internacional de Nova York, de 1939. Surpreendendo a todos, ele convida Niemeyer (que participara com outra proposta) para criarem, juntos, um terceiro projeto, apontado pela mídia internacional como dos mais significativos da feira. Na década de 1940, Lucio Costa criou seus mais destacados projetos arquitetônicos. Ele parece definir, então, uma rota alternativa para o desenvolvimento da arquitetura moderna, construindo uma ponte mais clara entre os edifícios do passado, principalmente luso-brasileiros, e o modernismo. Evoca a “síntese entre a tradição local e o movimento moderno”, mesclando elementos da arquitetura ancestral com o moderno de Le Corbusier.Entre esses projetos estão a residência Hungria Machado (atual consulado da Rússia), no Rio de Janeiro, e a casa de veraneio do barão de Saavedra, em Petrópolis. Mas os dois trabalhos que demonstram a maturidade da obra de Lucio Costa foram encomendados pela família Guinle. O primeiro, o Park Hotel São Clemente, é uma pequena obra-prima, localizado em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro, e projetado em 1944. Em seus 12 quartos, o autor não se intimidou em utilizar materiais da região, como a estrutura de eucaliptos. Os fechamentos são em alvenaria, madeira e pedra. É o espírito moderno com a técnica local. Segundo Yves Bruand, o hotel é “uma criação cuja simplicidade aparente é, na realidade, a expressão de soberbo refinamento”.

Brasília, um dos marcos do urbanismo do século 20, é a principal impulsionadora da arquitetura brasileira. Sem equipe e com poucos desenhos, mas munido de um belíssimo memorial descritivo, o projeto de Lucio foi considerado pelo júri o único adequado a uma capital. Na
tradição de Niemeyer, um gesto definiu o projeto. A proposta alia monumentalidade e clareza: na era do automóvel, suprimiu, com o uso de trevos, os cruzamentos nas vias. O desenho, simples, parte do ato de tomar posse de algo. Na interseção de dois eixos, um público e um privado, o projeto adapta-se à topografia e à orientação, e contém os principais aspectos do urbanismo de Le Corbusier, mas com originalidade. No Eixo Monumental, espinha dorsal da cidade, Costa definiu a implantação dos edifícios principais, desenhados por Niemeyer. Nas asas, o outro vetor, estão as superquadras, unidades de vizinhança compostas por 11 prédios de cinco andares e uma escola primária. No cruzamento entre os dois eixos, desenhou a estação rodoviária e a torre de televisão (1959).Após Brasília, Lucio Costa foi convidado a desenvolver projetos na Itália, Nigéria e Marrocos. No Brasil, fez estudos para Salvador, São Luís e para a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Em 1985, voltou a Brasília para projetar quadras econômicas, nos arredores da capital. Seus últimos projetos são singelas residências unifamiliares: treliças, muxarabis e escadas com pequenos degraus de convite e guarda-corpos trabalhados.













Figura 4





























Ministério da Educação - Rio de Janeiro






Figura 5
























Super Quadras - Brasília









Figura 6





















Ministérios - Brasília













Equipe: Caroline de Moura

Daniela Grimm






Conclusão do Semestre

O estudo da história da arquitetura brasileira é importante para que possamos entender e perceber a sua evolução.
A história da arquitetura brasileira nos mostrou as culturas dos povos, e como isso influenciou na arquitetura que vemos ainda hoje.
Tivemos também a oportunidade de estudar as tecnologias que foram utilizadas no decorrer dessa história.
Achei muito interessante como foi realizado o painel da forma abstrata, assim tivemos a oportunidade de pesquisar e ver as melhores arquiteturas.
Não só o painel, mas todo o andamento dos trabalhos foram muito positivos, e tivemos a oportunidade de pesquisar e aprender mais com isso, não esquecendo também da matéria dada durante o semestre que também te resultados positivos.

Daniela Grimm


Neste semestre, com o estudo da história da arquitetura brasileira através dos trabalhos feitos, podemos compreender melhor sua evolução, sua história, seus estilos. Principalmente com este último trabalho onde todos nós tivemos que saber e estudar um pouco mais sobre cada arquiteto, tanto para publicarmos nossa perquisa como que para comentarmos no final de cada trabalho.
Acredito que com estes trabalhos extraclasse pesquisamos e, automaticamente, aprendemos mais obtivendo um resultado positivo quanto ao conhecimento, no final do semestre.

Caroline de Moura

RINO LEVI



BIOGRAFIA

Filho de imigrantes italianos, Rino Levi nasceu em São Paulo, em 31 de dezembro de 1901, e cursou o ensino primário e secundário em escolas paulistanas de origem européia - Escola Alemã e Colégio Dante Alighieri. Em outubro de 1921, mudou-se para a Itália com o objetivo de cursar arquitetura. Em Milão, ingressou na Escola Preparatória e de Aplicação para Arquitetos Civis. Em 1924, insatisfeito com o curso, transferiu-se para a Escola Superior de Arquitetura de Roma, e, da capital italiana, enviou ao jornal O Estado de S. Paulo uma carta que, publicada em 1925, é considerada uma das primeiras manifestações da arquitetura moderna no país.
Rino Levi morreu em 1965, enquanto procurava bromélias no interior da Bahia, em companhia de Roberto Burle Marx, parceiro de inúmeros projetos. A chave para o entendimento de sua obra talvez esteja no embate entre os jardins e os brises, no encontro entre a natureza exuberante e a técnica para o controle da entrada da luz. A vegetação está presente nas casas, escritórios, fábricas, escolas e até nos apartamentos que desenhou.



Contexto Histórico e Político

O arquiteto Rino Levi foi um dos responsáveis pelos artífices da verticalidade e da cara moderna que a capital paulista ganhou no decorrer do século XX. Rino Levi teve grande influência no processo de industrialização de São Paulo, visto que ele e seus sócios de escritório projetaram perto de 80 indústrias, sendo diversas multinacionais na região do ABC Paulista. Rino Levi foi o arquiteto da industrialização, estava vinculado a intelectuais da iniciativa privada que criaram um projeto de industrialização para o país, principalmente Roberto Simonsen, que era o articulador do movimento.
Preocupado com a preservação da memória e consciente de que lidava com construções inéditas, Levi contratou os melhores fotógrafos para registrar suas plantas e obras. Levi trabalhou com seu mestre Marcello Piacentini e influenciou toda a arquitetura romana, o racionalismo, e tornou-se arquiteto oficial do regime fascista de Mussolini. Ainda na Itália, o estudante crítico Rino Levi escreveu uma carta ao jornal O Estado de São Paulo intitulada “Arquitetura e Estética das Cidades”, defendendo a renovação da arquitetura e do urbanismo brasileiro, manifestação pública contra a academicismo predominante nas escolas brasileiras de arquitetura. Defendia a modernização da arquitetura brasileira, em detrimento da escola neoclássica preconizada pelos fascistas.
O vínculo com Simonsen foi fundamental para que Rino Levi construísse a partir do seu escritório montado na capital em 1927, uma carreira voltada essencialmente para iniciativa privada. Tornou-se antagonista de Oscar Niemeyer e Lúcio Costa. Todos os edifícios elaborados pelo escritório de Rino Levi eram de forma racional, com clareza, simplicidade de volumes, estrutura evidente e plantas detalhadas com esmero.
Na década de 40, Rino Levi atingiu sua maturidade profissional. O trabalho mais emblemático desse período foi o Instituto Superior Sedes Sapientae, que apresenta uma série de características marcantes na obra de Levi: o pátio, a grelha da fachada e os elementos de concreto. Presidiu por duas vezes seguidas o IAB-SP (de 1952 a 1957), apoiou o zoneamento como forma de planejamento urbano, foi defensor dos concursos públicos de arquitetura e participou de inúmeros congressos internacionais do setor como representante do Brasil.
Com a morte de Rino Levi e com a reestruturação produtiva ocorrida no Brasil, os sócios tiveram dificuldades de acompanhar as mudanças nos processos de trabalho. Eles acabaram saindo no final dos anos 1980 para abrir seus próprios escritórios.

Edifício Guarani

O edifício Guarani (1936/42) exemplifica a relação do arquiteto com a verticalização da cidade de São Paulo. Ele representa uma evolução do primogênito Columbus (1930/34), uma vez que a planta foi racionalizada, em um belo desenho em forma de ferradura. A austeridade italiana - presente na primeira fase da obra de Levi - apresenta características de composição clássica e simetria, aspectos quase piacentinescos (de Marcello Piacentini, arquiteto e professor italiano, com quem Levi estudou).
A construção do espaço urbano também é um elemento significativo. No Guarani, situado em frente ao então bucólico parque Dom Pedro, esse aspecto revela-se na forma, que reforça sua importância no contexto urbano. A foto aérea revela o “totem de entrada do centro”, enfraquecido diante da pujança da cidade.







Centro Cívico de Santo André


No Centro Cívico de Santo André (1965/68), Rino Levi vislumbrou a escala urbana, mas não viu a proposta ser executada: faleceu em 1965, pouco depois de vencer o concurso. O desejo pela cidade nova - expresso na carta “Arquitetura e estética das cidades”, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo em 1925 - pôde, em parte, ser concretizado em Santo André.







Edifício-sede da Fiesp-Ciesp-Sesi


Este edifício que resultou de um concurso foi projetado em 1969, num período em que estava em pauta a discussão dos projetos da Nova Paulista (1968-1974). É um edifício caracterizado por um volume em forma de tronco de pirâmide, destacado do solo por uma gigantesca estrutura de transição. O térreo em pilotis, originariamente foi proposto como inteiramente livre, ajardinado e tratado como uma praça, mas acabou, recentemente, sofrendo alterações estruturais, através de transições, necessárias para otimizar os espaços funcionais.








Residência Olivio Gomes - 1940

Esta situada no limite da várzea do Rio Paraíba, em São José dos Campos-SP. Um pavimento principal abriga grande parte programa dividido em três corpos distintos: setor dos dormitórios, estar e serviços e dependência de empregados. Um pavimento abaixo sob pilotis abriga um salão de jogos. A disposição dos corpos ora paralelos ao talude, ora interceptando-o, conforma uma composição aberta que poderia se expandir em várias direções. Estes corpos são articulados pelo vestíbulo de entrada e secundariamente pela garagem, que por suas dimensões e transparências deixa claro seu papel na composição das volumetrias, destacando-as. A estrutura é de concreto armado e a cobertura é de telhado de fibrocimento sobre laje. É notável a colaboração Burle Marx nos painéis e jardins integrados ao partido de forma a expandir os espaços internos rumo à paisagem envoltória.
Nesta casa a concepção espacial e estrutural e a disposição dos corpos remontam a nossa tradição moderna, sobretudo pela racionalidade. Por outro lado, o telhado com grandes projeções que sombreiam a fachadas mais expostas ao sol, os jardins, os painéis decorativos e o alpendre são traços da edificação.




Edifíco Prudência

O Edifício Prudência foi projetado e construído na segunda metade da década de quarenta em Higienópolis, bairro central da cidade de São Paulo e protagonista do processo de verticalização que atingiu a metrópole naquela época.
O responsável pelo projeto foi o arquiteto Rino Levi, que contou com a colaboração de Cerqueira César.
O edifício Prudência, está localizado na Avenida Higienópolis, 265, no Bairro de Higienópolis. É um edifício residencial de luxo, com apartamentos de aproximadamente 400 metros quadrados. Ainda no ano de 1950, o novo estilo arquitetônico não era bem aceito por parte das elites paulistanas. Com esse novo edifício, Levi procurou demonstrar que esse estilo poderia oferecer bons espaços, luxo e conforto.
















TECNOLOGIA

Rino Levi dedicou sua vida profissional à busca de uma arquitetura moderna adequada ao Brasil. Apesar da inspiração racionalista, Levi produziu um modernismo sem ruptura, que utiliza a técnica e a ciência a serviço do bem-estar, seja ele o conforto térmico, acústico ou visual. Sua arquitetura procurava integrar-se à paisagem e buscava uma relação interior-exterior com a mesma intensidade com que se preocupava em construir o espaço urbano. Levi destrinchava os programas de necessidades com precisão, mas ainda teve tempo e disposição para lutar por uma regulamentação profissional. Por tudo isso, tornou-se um arquiteto-modelo e seu estúdio, uma escola.
Rino Levi combatia em favor da arquitetura moderna, desenvolvendo uma obra paralela com o seu colega de estudos Gregori Warchavchik, em Roma. A arquitetura não nos seria clara, sem considerar as influências sutis da cultura italiana exerceu sobre sua formação. Além do desenvolvimento de projetos, o escritório sempre procurou estar na vanguarda de seu tempo em outros aspectos da arquitetura como a produção de pesquisas em pré-fabricação de canteiro, utilizando estruturas metálicas, implementando a racionalização dos processos construtivos e das práticas de escritório. Levi atraiu para sócios outros expoentes da arquitetura como Roberto Cerqueira César, Luis Roberto Carvalho Franco, Paulo Bruna e Antônio Carlos Sant’Anna Jr.
Conclusão de Avaliação da Disciplina
O estudo da História da Arquitetura Brasileira é de fundamental importância para que possamos entender o contexto em que se criaram ou implantaram os estilos de Arquitetura no Brasil. Importante para entendermos o estilo próprio da nossa arquitetura, e o que foi "importado", para que nosso trabalho seja coerente dentro destas linhas de pensamento.
As formas de avaliação da disciplina foram bem dinâmicas, fazendo crescer nosso interesse sobre os assuntos propostos. Apesar de muitas vezes terem sobrecarregado um pouco, devido a outros trabalhos do curso que tambem exigem de nós uma grande disposição de tempo.
A conclusão do trabalho do semestre é muito positiva.
Fabieli
Acredito que ao decorrer de toda a disciplina, podemos perceber e entender a evolução da arquitetura brasileira. Do que veio dos índios, africanos e portugueses, originando uma arquitetura cheia de influências e riquezas até a rígida e complexa arquitetura dos tempos modernos que muitas vezes negou o nosso passado e em outros o valorizou, que buscou inspirações em várias partes do mundo, mas também valorizou e se beneficiou das particularidades do Brasil.
Foi de grande valia, para descobrirmos e valorizarmos o que somos agora, e que arquitetura desejamos seguir!
Sabrina
A história da arquitetura brasileira nos mostra um caminho traçado por passagens de observação a culturas externas e absorção de seu significado. Se algumas vezes o faz de forma crítica, noutras, passivamente se rende à influência sedutora do estrangeiro. A história da arquitetura em geral têm muita importância pois e refletem as transformações políticas vividas pelas principais cidades.
Com slides e textos a professora chamou a nossa atenção para compreender melhor a evolução da arquitetura brasileira, os trabalho também colaboraram, pois pesquisando e montando os painés podemos no aprofundar mais em cada tema.
Juliana Caetano
Na arquitetura brasileira podemos estudar e entender o uso dos materiais e as tecnologias que vem inovando sempre. Também podemos valorizar a nossa arquitetura com o conhecimento do trabalho dos grande mestres que aqui estudaram e projetaram, muitos deles conhecidos internacionalmente. Outro ponto importante da arquitetura brasileira é a diversidade de formas e conceitos trabalhados por arquitetos numa mesma época, com isso podemos ter embasamento para analisar e projetar com nossa tecnologias e materiais do Brasil e a valorização do que é daqui de acordo com nosso clima.
Carla J. Holz
Através da história da arquitetura brasileira passamos a compreender o quanto esta arquitetura foi marcante e original nos primeiros momentos e podemos identificar e perceber as influencias culturais que ela sofreu até a época do modernismo. Vimos os métodos e tecnologias usadas e trazidas do exterior além de toda a evolução dessa arquitetura e os embasamentos de cada momento. Isso nos ajuda a compreender e a valorizar nossa história pra que possamos resgatar os diversos aspectos positivos deixados por nossos antepassados. A forma de avaliação nos proporcionou mais proximidade e conhecimento com os assuntos vistos, além de ter feito refletirmos sobre a forma com a qual projetamos.
Renata R. Lucena

AFFONSO EDUARDO REIDY

BIOGRAFIA
























Arquiteto brasileiro nascido em Paris, considerado um dos pioneiros na introdução da arquitetura moderna no país e que como arquiteto-chefe e diretor do Departamento de Urbanismo da prefeitura da antiga capital federal, foi responsável por grandes obras de urbanização.
Filho de pai inglês e mãe brasileira, cresceu na então capital federal e aos 17 anos entrou para a Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro, onde se formou arquiteto.
Tornou-se titular da cadeira de teoria dos planos da cidade do curso de urbanismo da Faculdade Nacional de Arquitetura e começou a se distinguir no período pós-revolução (1930). Foi quando o governo Vargas decidiu investir na arquitetura nacional e Lúcio Costa assumiu a direção da Escola Nacional de Belas-Artes. Influenciado pelas idéias de Le Corbusier, projetou o edifício da polícia municipal, na rua do Resende (1935) e fez parte da equipe de arquitetos que no fim da década projetou o edifício-sede do recém-criado Ministério de Educação e da Saúde, junto de Oscar Niemeyer, sob a direção de Lúcio Costa e com a colaboração do próprio Corbusier.
Obteve o primeiro prêmio da Exposição Internacional de Arquitetura da I Bienal de São Paulo (1951). Projeta o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1954), obra de concepção estrutural arrojada, logo após obter o primeiro prêmio da Exposição Internacional de Arquitetos da I Bienal de São Paulo (1953). Também merecem destaque o conjunto residencial do Pedregulho, considerado arrojado pela sua concepção espacial e pela prioridade dada aos equipamentos de lazer e convivência,.o desmonte do morro de Santo Antônio, o aterro da avenida Beira-Mar, no trecho entre o aeroporto Santos Dumont e o morro da Viúva, o projeto do túnel Rebouças, do Rio Comprido à lagoa Rodrigo de Freitas e ainda o projeto do Museu Nacional do Kuwait. Um dos integrantes do grupo carioca de arquitetos que floresceu a partir da terceira década do século passado, faleceu no Rio de Janeiro, Brasil.


CONTEXTO POLÍTICO














Sua carreira no serviço público, coincidiu com a entrada do Presidente Getúlio Vargas no poder e estendeu-se até 1964, quando ocorreu o Golpe Militar, que, abafou aos poucos as artes em geral no nos
so país.

Affonso Eduardo Reidy lutava por uma arquitetura social e econômica. Toda a sua obra foi realizada nesse sentido. Não se conhece um só projeto seu que não fosse para a comunidade. Não projetou palácios nem prédios suntuosos, pois era cônscio da responsabilidade social da arquitetura. Foi sempre um arquiteto sóbrio e revolucionário no que fez.” (Carmen Portinho)

Affonso E. Reidy exerceu suas atividades como arquiteto no período entre 1929 e 1964. Durante essa fase de nossa história, ocorreram a Revolução de 1930 e o Golpe Militar de 1964. Nesta fase a arquitetura brasileira pôde ser desenvolvida de forma a contribuir para o crescimento do país. Sua morte em 1964 livrou-o da frustração de ver suas idéias e suas obras serem abandonadas pelo novo Regime instaurado.

ARQUITETURA

Albergue da Boa Vontade – 1931
















Construído durante o governo Provisório de Getúlio Vargas, a obra tinha por finalidade abrigar durante o período noturno, homens de rua. Reidy ganhou o concurso promovido pela Prefeitura e seu projeto passa a ser considerado um dos pioneiros da nova arquitetura no Rio de Janeiro.

No projeto do Albergue da Boa Vontade, Reidy adota um partido bastante geométrico. O acesso principal consiste numa grande abertura que permite ao usuário total ligação entre o espaço urbano e o pátio interno do edifício. A planta é simétrica, destacando-se apenas a área onde está localizada a dispensa, onde foi adotada forma arredondada. As janelas foram colocadas de forma horizontal por toda a fachada, além da utilização de laje plana na cobertura, uma inovação no Brasil.


Conjunto Habitacional do Pedregulho – 1947



Neste projeto percebe-se nitidamente a preocupação de Reidy com o homem. Enfoca os espaços abertos e as áreas além da unidade habitacional. Propõem a composição entre a moradia e o espaço externo, instalando serviços complementares às famílias na mesma área do edifício principal.
O projeto como um todo reúne várias áreas e edifícios distintos, num mesmo espaço. Sua idéia era atender às necessidades tanto de moradia, quanto de saúde, educação e lazer. O Conjunto Habitacional do Pedregulho apresenta-se da seguinte forma:


O projeto compreende quatro blocos residenciais. O bloco A, tem 260 metros de extensão, e possui 272 apartamentos de diferentes tipos. Está situado na parte mais elevada do terreno e segue a forma sinuosa do morro localizado atrás dele. Duas pontes ligam o acesso a um pavimento intermediário que é parcialmente livre, composto por colunas grossas, no qual as crianças podem brincar nos dias chuvosos e nos horários de muito sol.


A idéia de Reidy para o projeto da escola do complexo do Pedregulho era de não apenas atender às crianças moradoras do Conjunto, mas também, a comunidade do bairro como um todo. O projeto inclui ginásio de esportes, piscina, vestiários e campos de jogos ao ar livre. O lado do ginásio que é virado para a piscina é guarnecido por largas portas basculantes que transformam num só ambiente toda a área de esporte. O pedestre tem a oportunidade de circular entre todos os elementos construídos, sem precisar atravessar ruas.

A preocupação de Reidy com a insolação e a ventilação, fez com que projetasse os blocos sob pilotis, proporcionando áreas abrigadas e ventiladas ao mesmo tempo.

"Aproveitando as linhas acidentadas do terreno, o imponente volume do Conjunto Habitacional Pedregulho encontra-se equilibrado com a flexibilidade do desenho, avocando formas ondulantes do relevo local. As curvas do prédio principal respondem às curvas da encosta, segundo uma dialética formal, realçando sobremaneira as suas linhas. Foi a primeira grande obra projetada por Reidy onde impôs, com excelente arquiteto que era, a característica de buscar soluções integradas que atendessem ao ponto de vista social. Foi o primeiro conjunto construído no Brasil com uma visão de programa e concebido atendendo às possibilidades formais do concreto armado.” (Carmen Portinho, 1999)

Abaixo mostramos como esta obra é um ícone para a arquitetura brasileira, sendo utilizada num dos filmes brasileiros mais famosos: "Central do Brasil"


Conjunto Residencial Marquês de São Vicente – 1952


O terreno onde foi implantado o projeto do Conjunto Residencial São Vicente, no baixo da Gávea, no Rio de Janeiro, configura-se de forma irregular, medindo 114 mil m2. Deste total, metade é plana e o restante estende-se pela encosta, atingindo o ponto mais alto do morro, com desnível de 60m. A encosta está voltada para o norte, tendo à sua frente o morro do Corcovado e à esquerda os morros Dois Irmãos; à direita a Lagoa Rodrigo de Freitas, aos fundos a praia do Leblon. O terreno é atravessado pelo rio Rainha.

Para a implantação do projeto, foram feitas obras de canalização do rio Rainha e construída uma avenida de ligação do bairro do Leblon ao da Gávea. Para isso, foi necessário cortar a montanha, construindo um túnel sob ela (Túnel Dois Irmãos)

No projeto, novamente são estabelecidas diferenciações entre circulação de veículos e pedestres. Os acessos por veículos são feitos perifericamente, onde também foram dispostos os estacionamentos.

Mantém-se o andar livre, entre os pavimentos que abrigam os apartamentos. São projetados 748 apartamentos de vários tipos, assim como, creche, escola maternal, igreja, jardim de infância, escola primária, administração e serviço social. A taxa de ocupação é de 11,4% do total do terreno. Para a concepção estética do projeto, são utilizados pilares em V no andar intermediário.

Como o Pedregulho, este seguia a mesma filosofia, ou seja, os apartamentos seriam alugados e não vendidos aos funcionários da Prefeitura.




Museu de Arte Moderna - Aterro do Flamengo – 1953




O projeto do MAM no Rio de Janeiro ocupa uma área de 130 m de extensão por 26 m de largura. Não possui colunas, oferecendo total liberdade para arrumação das exposições. Tem pé direito variável, em algumas áreas com oito metros de altura e em outras, com 6,40m ou 3,60m.

O corpo principal do museu, referente ao bloco para exposições, é constituído de quatorze pórticos em concreto armado, espaçados de 10 em 10m, vencendo um vão de 26m entre os apoios. Os montantes da estrutura bifurcam-se a partir do solo formando um V e entre eles foi montada a estrutura dos pavimentos. As fachadas que sofrem maior incidência solar, receberam quebra-sol móvel de alumínio.

Na construção do museu houve uma grande preocupação em utilizar materiais em seu aspecto natural, tirando partido de suas cores e texturas, com predomínio do concreto, alvenaria de tijolos, alumínio e vidro.

“Pensado para dialogar com a paisagem - a horizontalidade da composição para fazer frente ao perfil dos morros cariocas -, as fachadas envidraçadas, trazendo para o interior o paisagismo de Burle Marx, o projeto de Reidy apresenta-se racionalista e plástico a um só tempo. Não há distância entre a estrutura e a aparência final. Os vãos livres têm um fim prático: a liberdade de composição oferecida ao espaço expositivo, o convite ao jardim no plano térreo. Do cuidado com o concreto aparente à escolha dos granitos e pedras portuguesas, o projeto ganha o parque.




Vista do MAM ao entardecer.


Sede do Instituto de Previdência do Estado da Guanabara/IPEG – 1957

Este edifício será a sede de uma instituição destinada a conceder pensão e auxílios de assistência social aos beneficiários de seus contribuintes.” (Memorial para construção)
A partir do plano de urbanização da Avenida Presidente Vargas vários terrenos tornaram-se disponíveis para novas construções. O edifício do IPEG está situado num terreno de esquina, com sua fachada principal voltada para a Avenida Presidente Vargas e lateral, para a Avenida Norte Sul. A face oeste, que recebe grande insolação no período da tarde, recebeu sistema de brise-soleil parcialmente removível, constituído por placas horizontais e verticais.

Inicialmente o prédio atendia ao Montepio dos empregados do Estado da Guanabara, em 1962 torna-se o IPEG( Instituto dos Empregados da Guanabara) e a partir de 1975 o atual IPERJ.


O Iperj visto da Av. Presidente Vargas

Uma das complicações foi o terreno em frente à fachada oeste. Para o terreno deverias ser feita uma praça que não foi executada. O edifício construído tira a visão espacial proposta, anula as medidas contra a insolaçã e qubra o skyline da Av. Presidente Vargas com um gabarito que utrapassa ao das edificações vizinhas. A relação do prédio com o entorno ficou prejudicada.


Centro de Memória do Museu de Arte Contemporânea do RJ


Comissão de Arquitetura e Engenharia responsável pela execução do projeto, 1959. A estrutura do edifício foi toda composta em aço, proporcionando rapidez na construção e redução nas seções das colunas nos primeiros pavimentos. Possui vinte e dois pavimentos, uma sobreloja e um subsolo. Foi a primeira vez que foi utilizado esse tipo de estrutura na construção de um prédio no Rio de Janeiro.

Ministério da Educação e Saúde – 1936


O edifício do Ministério da Educação e Saúde situado na Esplanada do Castelo, no Rio de Janeiro foi elaborado pela equipe composta por Lúcio Costa, Carlos Leão, Ernani Vasconcellos, Jorge Moreira, Oscar Niemeyer e Affonso Eduardo Reidy, com projeto paisagístico de Burle Marx e consultoria de Le Corbusier.

O edifício apresenta as seguintes características: fachadas livres da estrutura funcionam como simples vedação; todo o esforço concentra-se nos pilares internos; instalação no piso de rede para telefones, luz e demais equipamentos utilizados na época, dentre outras. Foi criada uma grande praça no pavimento térreo realçando a construção. Nas fachadas foram utilizados os brise-soleis como forma de conter a insolação.





Affonso Eduardo Reidy mesclou em seus projetos, a influência intelectual de Lucio Costa e da utilização de elementos introduzidos por Le Corbusier, como os “5 pontos para uma nova arquitetura”.
Apesar desta influência, suas obras são valorizadas pelo modo como foram desenvolvidas e adaptadas à realidade dos locais onde foram construídas. Reidy utilizou um pequeno número de elementos que se repetem em cada um de seus projetos sendo utilizados de acordo com a função de cada um deles, adaptando ao sítio e ao programa elaborado. Seu repertório vai gradativamente sendo aperfeiçoado de acordo com o tipo de projeto e adaptando-se às relações formais e funcionais, assim como entre todos os elementos do entorno.

No vídeo abaixo é possível ver os efeitos que Reidy conseguiu utilizando pilotis no térreo deste edifício público:




Equipe:
Anne W. Shumann
Gabriela Ferreira
Júlia B. Souza
Patrícia J. Haase
Suélen Weiss
Conclusão da Disciplina

Por: Patrícia Juliana Haase

Através dessa disciplina pudemos perceber a importância da arquitetura brasileira, suas principais características, e seus principais arquitetos que marcaram este período. Este conhecimento contribuirá na formação de nós arquitetos que muitas vezes somos influenciados pela cultura estrangeira e desvalorizamos nossas culturas e valores. Através das diferentes dinâmicas de aprendizagem propostas pelo professor foi possível concluir satisfatoriamente o conteúdo da disciplina, que segundo meu ponto de vista buscou o conhecimento e a valorização da arquitetura brasileira. Foi prazeroso e motivador trabalhar os conteúdos durante o semestre.
Por: Anne Wetzstein Schumann

A disciplina de história teve muita importância na nossa formação como arquitetos e urbanistas, mostrando grandes nomes da arquitetura ao longo dos anos.
Com uma dinâmica diferente proposta esse semestre pudemos absorver muito mais e de forma muito mais criativa a historia da arquitetura, saindo dos sempre textos e leituras.
Além de tudo, a arquitetura brasileira foi valorizada e estudada à funda, querendo nos mostrar que nos também temos obras maravilhosas, grandiosas, belíssimas, querendo nos mostrar que nos precisamos ser mais patriotas, mais brasileiros. Só assim enxergaremos o potencial que temos aqui na nossa nação, no nosso Brasil.

JOÃO BATISTA VILANOVA ARTIGAS


"Admiro os poetas. O que eles dizem com duas palavras a gente tem que exprimir com milhares de tijolos."

Vilanova Artigas








Biografia

João Batista Vilanova Artigas foi um arquiteto brasileiro de grande importância. Nasceu em Curitiba-PR, em junho de 1915.
Artigas expressou as primeiras manifestações modernistas na arquitetura de Curitiba, deixando significativas obras na capital paranaense, porém seu nome é fortemente associado à Escola Paulista, movimento arquitetônico em São Paulo, onde é considerado o principal nome da história da arquitetura. Vilanova Artigas é reconhecido tanto por suas obras, quanto pela grande influência em relação a formação de uma geração de arquitetos.
Em Curitiba, suas obras iniciaram nos anos de 1940, com grande influência de Frank Lloyd Wright. Posteriormente, assumiu a influência de Le Corbusier, que se percebe claramente na residência de João Luiz Bettega, localizada na Rua da Paz, que hoje é denominada Casa Vilanova Artigas. Esta casa polemizou a gerou muitas criticas e discussões na população, mas representa grande expressão para a arquitetura brasileira.
Graduou-se engenheiro-arquiteto na Escola Politécnica da USP, apresentando em sua formação estreita ligação e convivência com os artistas populares de São Paulo do grupo Santa Helena.
Juntamente com a atividade de arquiteto, Vilanova Artigas dedicou grande parte de sua vida ao magistério. Iniciou na Escola Politécnica de São Paulo, e mais tarde, no curso de Arquitetura da USP. Com a implantação do curso de arquitetura na UFPR, em 1962, Artigas recusou o convite para integrar o corpo docente da universidade. Porém, a partir disto, iniciou uma série de palestras, que gerou grande influencia para a geração de alunos de arquitetura.
Artigas elaborou quase 700 projetos em sua carreira, que teve também reconhecimento internacional, a partir de seu contato com os profissionais de outros países.
Segundo a União Internacional dos Arquitetos, Vilanova Artigas é o arquiteto mais premiado do Brasil.
Faleceu em São Paulo, em 12 de janeiro de 1985, e mesmo após seu falecimento, continuou sendo um dos mais respeitados entre os arquitetos brasileiros.


Contexto Histórico/Politíco

Em 1952, Vilanova Artigas publica o polêmico “Caminhos da arquitetura moderna”, em que contesta de forma dura e agressiva, os dois maiores expoentes da arquitetura moderna: F. L. Wright e Le Corbusier. O autor afirma que o seu objetivo é demonstrar que a obra dos arquitetos exprime ideologicamente o pensamento da classe dominante.
Um ano antes, Artigas já havia deferido ataques a Le Corbusier, criticando a sua pretensa posição de intelectual livre a apolítico, que inventou o “modular”, acreditando que pudesse superar os dois sistemas de medidas existentes, e assim, unificar e incrementar a produção.
Vilanova Artigas ingressa no Partido Comunista em 1945, onde começa a desenvolver uma intensa atividade política, paralelamente às atividades de escritório. A partir de 1949, integra o conselho de redação da revista Fundamentos, periódico dominado por intelectuais ligados ao PC. O alvo da crítica do arquiteto é a crença moderna de que a arquitetura pode oferecer soluções para o antagonismo de classes, sem comprometer-se com a realidade embaraçosa das paixões políticas.
O ataque aos dois maiores protagonistas da arquitetura moderna mundial, mesmo considerando a alta temperatura do ambiente político da época, requeria um dose significativa de ousadia e coragem, e pode ser encarado como uma espécie de ajuste de contas, à luz dos debates suscitados pela convivência no Partido Comunista, que recolocam a questão da função social do arquiteto. Tal empenho reflexivo, agora devidamente relativizado pela descrição das circunstâncias históricas envolvidas, é o que em larga medida o salva do mero discurso sectário, intempestivamente deflagrado no calor das discussões.
Arquitetura como forma crítica da realidade parece ser o fundamento do projeto de Artigas. O materialismo histórico é a base teórica para operar essa leitura crítica do mundo, questionar as premissas ideológicas do movimento moderno, desconfiar da crença otimista na construção do novo ambiente do homem exclusivamente pela exemplaridade da forma estética. Se a arquitetura moderna aspira a uma real participação no processo de construção social da realidade, ela necessita assumir com consciência um sentido político. Caso contrário, corre o risco de ser cooptada por aqueles contra os quais justamente investe. Pela primeira vez no contexto de nossa modernidade arquitetônica, um arquiteto local reivindica a urgência do compromisso necessário entre Arte e Política.

Cronologia de suas principais obras:

Em São Paulo:
1946 - Edifício Louveira, no bairro de Higienópolis
1960 - Estádio do Morumbi
1961 - Garagem de barcos do Santa Paula Iate Club
1962 -1969 - Edifício-sede da FAU-USP, na Cidade Universitária da Universidade de São Paulo
1966 - "Casinha", no bairro de Campo Belo
Em Guarulhos:
1968 - 1972 - Conjunto habitacional Zezinho Magalhães Prado (popularmente conhecido como Parque CECAP)
Em Itanhaém:
1959 - Escola de Itanhaém
Em Londrina:
1950 - Estação Rodoviária
1950 - Casa da Criança
Em Curitiba:
Hospital São Lucas
Residência Bettega
Residência Niclevicz


Principais obras - São Paulo

Edifício Louveira

O Louveira é um edifício residencial multifamiliar localizado no bairro de Higienópolis na cidade de São Paulo. Foi projetado em 1946 por Vilanova Artigas em parceiria com o também arquiteto Carlos Cascaldi e é considerado um importante representante da arquitetura moderna naquela cidade. A obra caracteriza-se pela composição de duas lâminas paralelas, uma com sete e outra com seis andares e intermediadas por um pátio interno ajardinado. A implantação propiciou a integração visual do espaço público e privado, assimilando a praça Vilaboim, que está em frente, ao interior do edifício.



Na virada do século XIX para o XX, o bairro de Higienópolis concentrava parte considerável dos palacetes da elite da cidade.
Em meados dos anos 50, verifica-se um processo de demolição antigo tecido urbano e de sua substituição por prédios de alto padrão, em fenômeno no qual se insere a construção do Louveira. O edifício, assim como seus pares, serviu de influência para a arquitetura residencial vertical em outras partes da cidade.Tombado pelo Condephaat, o edifício é cuidadosamente preservado pelos moradores. Muitos são moradores desde a inauguração.


Estádio Cícero Pompeu de Toledo (Estádio do Morumbi)

O projeto do estádio do Morumbi teve a criação do arquiteto
Vilanova Artigas, e representa da arquitetura moderna, da "escola paulista".
Alguns números do gigantismo do Morumbi são impressionantes: para o desenvolvimento do projeto foram necessárias 370 pranchas de papel vegetal; cinco meses foram consumidos nas terraplanagens e escavações, com o movimento de 340 mil metros cúbicos de terra; um córrego foi canalizado; o volume de concreto utilizado é equivalente a construção de 83 edifícios de dez andares; os 280 mil sacos de cimento usados, se colocados lado a lado, cobririam a distância de São Paulo ao
Rio de Janeiro; 50 mil toneladas de ferro, que daria para circundar a Terra duas vezes e meia.
Ao todo são 102.904 metros quadrados de área construída, sendo que a área reservada aos espectadores é de 62.450 metros quadrados.
O campo do Morumbi mede 108,25 metros de comprimento por 72,70 metros de largura. O estádio possui 15 cabines para rádio e TV; 81 pontos de vendas para bebidas e lanches; 105 guichês para venda de ingressos; 51 banheiros; centro médico com 5 ambulâncias de plantão.
É um dos poucos estádios do
Brasil que possui um setor exclusivo para deficientes físicos. A área tem 470 metros quadrados, espaço para 92 cadeiras de rodas e 108 lugares destinados a portadores de outros tipos de deficiência. Os acompanhantes dos deficientes físicos também têm um local específico dentro do estádio, ao lado do setor especial.

Principal obra - Paraná - Londrina


Estação Rodoviária



Essa estação é uma obra tombada pelo patrimônio histórico e é o Museu de Arte Moderna de Londrina. Foi a primeira estação rodoviária que se fez no Brasil.
O programa, relativamente simples inclui setores administrativos, guichê de venda de passagens, restaurante e serviços anexos, além de baias reservadas aos ônibus. Tudo se resolve num corpo único, mas diferenciado pelo desenho de cobertura que marca a separação das áreas de atendimento do setor de embarque e desembarque.São, na realidade, três corpos distintos interligados. Um, constituído por abobadilhas de concreto armado sustentadas por pilares que servem de abrigo à plataforma de desembarque dos passageiros e, dois outros, nos quais se situam os serviços e a administração. Esses blocos, contrastados, se harmonizam através da cobertura em laje inclinada que se liga em sua cota mais baixa ao conjunto de abobadilhas, cuja modulação oferece à composição massas bem equilibradas. Rampas e escadas interligam esses espaços. A fachada norte é vedada com brise-soleils horizontais; e a sul, com vidro. Os aspectos mais notáveis desse projeto estão no contraponto obtido pelo contraste entre as coberturas de concreto armado e na perfeita utilização do concreto e dos panos de vidro das fachadas trapezoidais, fatores que não só dão ao conjunto funcionalidade como, também, leveza plástica. A Praça Rocha Pombo, pelo seu traçado, pela harmonia entre as áreas gramadas, árvores, palmeiras, pinheiros, e o espelho-d’água circular, se integra de maneira expressiva à edificação, ambientando-a. Em 1993 foi restaurado e adaptado para utilização como centro de exposições de artes plásticas segundo projeto do arquiteto Antonio Carlos Zani.



Principal obra - Paraná - Curitiba

Casa João Luiz Bettega


Construída somente em 1953, na Rua da Paz, a casa que Vilanova Artigas projetou para João Luiz Bettega polemizou e gerou críticas na população. Nela, todos os ambientes são voltados para a face noroeste, a que mais luz solar recebe em Curitiba.
A entrada da residência, lateral e quase no meio do lote, criou uma solução rara na Curitiba dos anos de 1950, assim como o quase esvaziamento da fachada, tornando-a semelhante à face lateral.
Outro ponto relevante na residência é o tratamento dado à dependência de empregados. Artigas projetou-a como um apartamento à parte, com entrada independente, mas integrado ao corpo da casa e aproveitando a mesma insolação destinada aos demais cômodos da residência. O destaque fica por conta da escada, em espiral, que encaminhava a esse quarto. Escada semelhante, de construção complexa e de grande valor estético, fora projetada por Artigas em outra residência em São Paulo. Nessa residência, no entanto, a escada localizava-se na área social; já na casa para a família Bettega a escada fazia parte do setor de serviço, nos fundos, dotando-o de uma importância não imaginada anteriormente.




Tecnologia
Vila Nova Artigas foi um arquiteto que buscou a construção do espaço urbano, de uma forma inovadora. Tentava adaptar seus projetos no terreno de uma forma que quebrasse a idéia do lote, movimentando a edificação de forma q ela não ficasse paralela as laterais do terreno como convencionalemnte se usa ainda.
Em seus projetos, buscava uma continuidade dos espaços internos, através da disposição dos ambientes que mantinham uma coorrelação entre si.
Sua marca registrada foi a utilização do concreto aparente em seus projetos, que tinha grande disponibilidade no país, ornando-se a nova metáfora de progresso tecnológico da arquitetura e da engenharia brasileira nos desenhos dos arquitetos paulistas.
O uso de tijolo aparente, iluminação natural, vigas e pilares não mais como somente elementos de função estrutural, mas adquirindo valor estética, dando a sua obra um caráter marcante.

“Artigas foi o grande ideólogo de uma arquitetura dita progressista, de forte tintura nacionalista e compartilhando o desenvolvimentismo da época”

Referências:

Vilanova Artigas: A Política da Formas Poéticas - João Masao Kamita

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Batista_Vilanova_Artigas
http://www.arq.ufsc.br/arq5625/modulo3/arquitetos/vilanovaartigas_arquivos/frame.htm#slide0001.htm
http://arkitectos.blogspot.com/2007/06/vilanova-artigas.html
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq061/arq061_01.asp
http://biblioteca.universia.net/ficha.do?id=24988977

Equipe: Amanda G. Perin, Clarissa Anrain, Janine Fischer, Rosana C. Angioleti e Samantha Jandrey.


Conclusão da Disciplina. (Samantha Jandrey)
A disciplina de História é de fundamental importância para a formação acadêmica de nós, futuros arquitetos e urbanistas. Dessa forma, também é inevitável a comparação com os semestres anteriores. No meu ponto de vista, este semestre, pude perceber que o conteúdo ficou mais “palpável”, já que realizamos várias atividades como painel, abstração, e o blog, que teve nossa participação e integração o tempo todo.
No que diz respeito ao próprio conteúdo, a arquitetura brasileira, acompanhamos todos os períodos, desde a indígena (antes da colonização), depois o período colonial, e todas as suas influências, até a arquitetura modernista, dessa forma, entendemos por que o Brasil é um país tão rico, e de diferentes culturas, representada na sua arquitetura, através de formas, materiais, e tecnologia referente ao seu período histórico.

Conclusão da disciplina ( Clarissa Anrain)

A história da Arquitetura Brasileira nos dá a base para formarmos um conceito do que se passa atualmente e compreender o resultado de uma arquitetura influenciada pelos princípios europeus. Porém esta arquitetura pouco foi modificada e adaptada ao nosso habitat. Nesta época de Lina Bo Bardi, Lúcio Costa, Rino Levi que ela tomou características próprias, características essas brasileiras.
A disciplina veio a auxiliarmos a formarmos uma opinião do que foi todo esse movimento de aceitação e negação de nossas arquitetura e compreender suas origens.
As aulas por se apresentarem muito dinâmicas, incentiva a busca e a pesquisa dos “porquês”de nossa arquitetura.

Conclusão da disciplina ( Amanda Gabriela Perin)
Estudarmos a história da arquitetura brasileira, desde suas primeiras habitações, suas modificações (evoluções) ao longo do tempo, nos faz compreender o porque de nossa arquitetura ser tão "misturada" e rica como é hoje.
A disciplina nos trouxe um conhecimento mais aprofundado de todos os períodos da nossa arquitetura, desde o indígena, eclético, chegando ao modernista, este último foi um dos mais importantes, pois através dele novas tecnologias foram aplicadas na arquitetura brasileira como o concreto armado, o uso de pilotis, brises, entre outros.
A aulas foram muito interessantes e dinâmicas, pois, através do blog, painéis, abstrações, ouve uma maior interação entre os alunos, fazendo com que nos interessássemos em buscar entender melhor a nossa arquitetura hoje.
Conclusão da disciplina ( Janine Fischer)
Ao concluir esta disciplina é possível compreender o desenvolvimento da arquitetura no Brasil, que sempre refletiu o momento histórico que vivia. A situação econômica e social sempre influenciou as tendencias arquitetonicas, como o ciclo do ouro e arquitetura barroca e até mesmo a arquitetura indígena, que representava seu momento e seus ideais. Apesar de o Brasil sofrer a influencia de outros paises e importar muitas tecnologias, acredito que nossa arquitetura seja espontânea e verdadeira, compondo um conceito ínico a partir de tantas diferenças.
Foi desta maneira também que se desenvolveu nosso semestre de História da Arte e Arquitetura, em discussões espontaneas e exercícios variados, a partir de abstrações da arquitetura brasileira estudada. Dessa forma foi possível compreender nossa história de maneira simples e direta. Acredito que é desta maneira que se deve estudar, buscando compreender o passado para que se possa, hoje, interpretar nosso momento histórico e assim fundamentar nossa arquitetura.