quinta-feira, 18 de junho de 2009


Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci - Vila Isabella

Por Helena I. Deschamps

1° lugar no concurso internacional de projeto para residência unifamiliar localizada no litoral de Hanko, Finlândia.

Ficha Técnica

Equipe: Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz, Cícero Ferraz Cruz, Anne Dieterich, Bruno Levi, Gabriel Grinspum, Luciana Dornellas, Pedro Del Guerra
Equipe Finlandesa de Arquitetura: Ville Niiranen e Mikko Kääriäinen

Data de início do projeto: 2005

Data conclusao da obra: 2007

Programa: Casa de veraneio a beira mar.

Área: 330 m²

Local: Hanko, Finlândia.

Complementares: Maquete eletrônica: Carlos Arellano
Complementares de engenharia foram desenvolvidos na Finlândia.

Planta Baixa

Elevações Leste-Oeste

Elevações Norte-Sul


A residência de veraneio camufla-se no bosque, quase some, mas apresenta personalidade própria e se integra a paisagem sem agredi-la.


Em diferentes estações do ano, os materiais, elementos construtivos e texturas produzem diferentes sensações e experiências.

Análise

Percebe-se um grande esforço para inserir a residência no bosque sem perder suas características marcantes. A mistura de elementos de diferentes texturas (a rocha, o concreto, a madeira e o vidro) cria diversas e interessantes cenas. No inverno, o corredor com rocha e transparência da visualização ao bosque e permite a entrada de luz natural para as áreas fechadas, de forma sucinta e calculada para criar espaços ao mesmo tempo integrados à natureza e aconchegantes. No verão os espaços abertos e as grandes aberturas permitem um contato direto com o bosque, principal objetivo do projeto para a casa de veraneio a beira mar.


Bibliografia:

http://www.archdaily.com/3694/vila-isabella-brasil-arquitetura/

http://www.brasilarq.com.br/index2.php

Museu Rodin Bahia
Arquiteto Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci

O Museu Rodin Bahia, também chamado de Palacete das Artes Rodin Bahia, é composto por dois imóveis: Palacete Comendador Bernardo Martins Catharino, construído em 1912 em Salvador pelo arquiteto italiano Baptista Rossi, que foi restaurado para servir à atual função; e o novo volume com desenho contemporâneo e área edificada semelhante a da casa antiga.

O interesse para o projeto concentrou-se numa relação entre as duas edificações e não numa leitura isolada de cada construção.

Plantas do Projeto

A mansão que possui um estilo eclético foi selecionada pela relativa semelhança com o Hotel Biron, local onde está instalado o Museu Rodin Paris (edificação do século XVII).

O anexo é uma caixa em concreto aparente, consebido como bloco totalmente independente integrado ao antigo casarão por uma passarela de concreto suspensa a 3m do chão, preservando a escala e a espacialidade do bem tombado. No nível do jardim, as instalações abrigam uma loja e um café. No subsolo encontram-se áreas destinadas aos funcionários e as áreas técnicas.

O projeto integra os dois blocos com diferença de idade de um século.
Expressa, cada um deles diferentemente, uma técnica e um modo de construir, de morar, de usufruir o espaço; ambos envolvidos por um jardim tropical.

As características originais do casarão foram mantidas. Os elementos, equipamentos de climatização e de iluminação foram introduzidos em seus espaços de maneira discreta.


Possui um acesso ao sótão onde funciona a administração do Museu.

O novo bloco construído compõe o espaço como um conjunto articulado para ser livremente desfrutado pelo visitante. Possui um sistema de circulação vertical no Palacete na parte posterior, que se apresenta como um volume de concreto aparente encaixado no edifício histórico que contém escada e elevador ligando os três pavimentos de acesso público.

O térreo e o piso superior possuem espaços expositivos menores, que o complementam. O núcleo central se desdobra através de um grande pano de vidro, em um pátio externo, que se integrar às áreas expositivas do conjunto.

O Projeto de Marcelo Ferraz é um excelente exemplo de intervenção no passado histórico através de um projeto inteiramente contemporâneo.


Bibliografia: www.vitruvius.com.br / db5.skyscrapercity.com / arquitetandonanet.blogspot.com / www.arcoweb.com.br

Postado por Ligiane de Souza

Vida e Obra de Marcelo Ferraz

1955 – Nasce a 29 de agosto, em Carmo de Minas, MG.

1974 -1978 - Cursa arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo.

1977 - Inicia estágio, com o arquiteto Lina Bo Bardi, nas obras do SESC - Fábrica da Pompéia.

1978 - Gradua-se em arquitetura, passando a colaborador do arquiteto Lina Bo Bardi em todos os seus projetos, até sua morte em 1992.

1º lugar no concurso de projetos para o Paço Municipal de Cambuí - MG, em equipe formada com os arquitetos José Sales Costa Filho, Marcelo Suzuki e Tâmara Roman.

1979 - Funda o escritório Brasil Arquitetura S/C Ltda., com os arquitetos Francisco de Paiva Fanucci e Marcelo Suzuki, onde realiza projetos para os mais diversos fins.

1985 - 1º lugar no concurso de projetos para a Câmara de Vereadores e Centro Cultural de Varginha, MG (Brasil Arquitetura e arq. Eneida C. Ferraz Cruz).
1986 -1990 – Realiza, com os arquitetos Lina Bo Bardi e Marcelo Suzuki, projetos de revitalização e recuperação do Centro Histórico de Salvador - Bahia.
1986 - Funda a Marcenaria Baraúna com os sócios da Brasil Arquitetura, iniciando trabalhos de design de mobiliário e objetos de madeira.1989
Participa em Évora, Portugal, do encontro das Cidades Patrimônio da Humanidade representando Salvador, Bahia.

1991 - Torna-se conselheiro do Instituto Quadrante, atual Instituto Lina Bo e P.M. Bardi, a convite do casal Bardi.

1991 -1992 - Realiza, com os arquitetos Lina Bo Bardi, André Vainer e Marcelo Suzuki, o projeto para a nova sede da Prefeitura do Município de São Paulo, no Parque Dom Pedro II.

1992 -1998 - Publica o livro “Arquitetura Rural na Serra da Mantiqueira” - “Melhor Livro de Arte” Premiação Anual do Instituto dos Arquitetos do Brasil - SP (1992).
Lançamento do livro e exposição fotográfca em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Lisboa, Milão, Barcelona, Delft, Londres e Cidade do México.

1993 -2000 - Concebe e coordena o “Projeto Lina Bo Bardi” - livro, documentário em vídeo tape e exposição sobre a obra do arquiteto.

1994 -2001 – Diretor Executivo (programação e produção cultural e editorial) do Instituto Lina Bo e P.M. Bardi.
Exerce atividade didática como professor da disciplina de Projeto no curso de Arquitetura da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Bráz Cubas, Mogi das Cruzes, SP.
1º lugar no concurso de projetos para a Faculdade de Odontologia da Universidade Braz Cubas, Mogi das Cruzes, SP, com os arquitetos Francisco de Paiva Fanucci e Guilherme Paoliello.

1997-1998 - 1 º lugar no concurso internacional de projetos para re-caracterização do Bairro Amarelo, em Hellersdorf, Berlim. Inaugurado em julho de 1998.

1997 - Prêmio IAB/SP - categoria “Obra Construída - Melhor Projeto 1996”, pelo Teatro Polytheama de Jundiaí.
Prêmio “Rino Levi de Arquitetura” - IAB/SP pelo Teatro Polytheama de Jundiaí.

1998 - 1º lugar no concurso “Art Work de Hotéis e Restaurantes” pelo projeto “Restaurante do Benin” em Salvador, BA.
Representa o Brasil como finalista na “I Bienal Ibero Americana de Madri” com o projeto Teatro Polytheama de Jundiaí.
“Grande Prêmio de Reabilitação” na “XI Bienal Internacional de Arquitetura de Quito” pelo Teatro Polytheama de Jundiaí.

1999 - Membro do Conselho Curador da IV Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo.Prêmio IAB/SP – categoria “Edifcações Projeto – Melhor Projeto 1998”, pelo Terminal Rodoferroviário de Santo André.
Realiza a curadoria das exposições “Mies van der Rohe” e “P.M. Bardi e a Arquitetura”, na IV Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo.
Projeta e realiza o monumento em homenagem a Carlos Marighella após 30 anos de sua morte – São Paulo.

2000 - Concebe e coordena o projeto “Centenário de P.M. Bardi” com a realização de 4 exposições, MASP, Museu Lasar Segall, Memorial da América Latina e Pinacoteca do Estado de São Paulo – 1 documentário em VT e 2 livros.
Menção Honrosa no concurso para projeto do Monumento aos Migrantes e Imigrantes no Estado de São Paulo.
Menção Honrosa IAB/SP – categoria “Arquitetura de Interiores”, pelo projeto cenográfco do módulo “Arte Afro Brasileira” da mostra “Brasil 500 Anos Artes Visuais”.

2001 – Realiza a curadoria das exposições “O Design no Impasse” e “Amilcar de Castro” na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Participa da exposição “Cultura Brasileira” na Casa das Rosas, com o trabalho “Estudo para o Museu do Inconsciente”.

2002 - Realiza a curadoria da exposição “Amilcar de Castro” dentro do programa “Diálogos” no “Santander Cultural de Porto Alegre”.
Realiza a curadoria da exposição de inauguração do “Espaço Cultural BM&F”, São Paulo.
Participa da exposição sobre arquitetura brasileira na Universidade de Delft – Holanda com os
projetos KKKK e Rodoviária de Santo André.Participa da Bienal de Iberoamericana de Santiago – Chile com o Projeto KKKK.
Participa da Bienal de Quito – Equador com o Projeto KKKK.
Prêmio IAB/SP – categoria “Revitalização de Edifícios – Melhor Projeto 2002”, pelo Conjunto KKKK em Registro – SP

2003 – 2004 - Coordena o “Programa Monumenta” (Ministério da Cultura) para recuperação dos sítios históricos urbanos em todo o país.

2003 - Exposição retrospectiva em sala especial como arquiteto convidado na V Bienal Internacional de Arquitetura e Design de São Paulo.
Realiza, com os arquitetos André Vainer e Marcelo Suzuki, o projeto para O Museu da Cidade, no Parque Dom Pedro II, São Paulo

2005 - Menção honrosa no concurso do projeto para a Sinagoga Temblo Beth El, São Paulo, SP.
1° lugar no concurso internacional de projeto para residência unifamiliar localizada no litoral de Hanko, Finlândia.
Publica o livro Francisco Fanucci Marcelo Ferraz – Brasil Arquitetura, com a retrospectiva dos vinte e seis anos de trabalho do escritório.

2006 - Exerce atividade didática como professor convidado “Ruth and Norman Moore Visiting professor” da Universidade de Washinton, em Sant Louis, EUA.
Destaque no concurso de projeto para o Paço Municipal de Hortôlandia – SP
Exposição retrospectiva do Trabalho do Escritório Brasil Arquitetura na Universidade de Washinton, em Sant Louis – EUA .Exposição retrospectiva do Trabalho do Escritório Brasil Arquitetura na Escola da Cidade, São Paulo – SP .
2º lugar na categoria Recuperación y puesta en valor, obras de más de 1.000 m² do “Premio Iberoamericano a la mejor intervención en obras que involucren el patrimonio edifcado”, organizado conjuntamente pelo Centro Internacional para la Conservación del Patrimonio – CICoP Argentina – e pela Sociedad Central de Arquitectos, com o projeto para o Museu Rodin Bahia – BA.
1º lugar na categoria Intervención en el Patrimonio Edifcado do Concurso Panamericano BAQ/2006 da Bienal de Arquitetura de Quito/ Equador, com o projeto para o Museu Rodin Bahia – BA.
1º lugar na categoria Obra Executada – Patrimônio da Mostra Competitiva de Arquitetos da 5ª Bienal de Arquitetura de Brasília/ DF com o projeto para o Museu Rodin Bahia – BA.
1º lugar Ex Aequo na categoria Obra Executada – Edifício Comercial/ Institucional da Mostra Competitiva de Arquitetos da 5ª Bienal de Arquitetura de Brasília/ DF com o projeto para a Escola Jardim Santo André.
Menção Honrosa na categoria “Trabalhos Escritos- modalidade publicações” na Premiação IAB-SP 2006, pelo livro Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz: Brasil Arquitetura.



2007 - Finalista da Segunda Competição Internacional de Arquitetura de habitações sustentáveis Living Steel.
1º lugar no concurso de projetos para o novo centro comunitário Shalom e Sinagoga em São Paulo – SP .
Publicou artigos em revistas e jornais (A+U, Architecti, Arquitetura e Urbanismo, Projeto, Folha de S. Paulo, O Estado de São Paulo, etc).
Realizou conferências e participou de debates em Universidades e Museus do Brasil e exterior.
Realizou viagens de estudo a diversos países da Europa, África, América do Norte, Ásia, América do Sul e Brasil.

Bibliografia : ww w.virtruvius.com.br; w ww.brasilarq.com.br

Postado por Lisandra de Souza

Concluindo...

Pessoal, agora que as pesquisas estão postadas, vamos fazer uma analise geral das obras, para entender e discutir quais são as tendencias e prinicpais desafios da arquitetura contemporanea brasileira.
O exercicio consiste em comentar o material postado no blog pelos colegas, tendo como referencia a leitura do artigo " Ainda moderno? Arquitetura brasileira contemporânea" de Lauro Cavalcanti e André Correa do Lago. e todos os debates que fizemos ao longo do semestre.
http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq066/arq066_00.asp

Prazo final para postagem: 20/06/2009
número mínimo de postagem por aluno: 2
avaliação individual
o conteudo postado será avaliado seguindo os seguintes critérios:
capacidade crítica
capacidade articulação contextual

quarta-feira, 17 de junho de 2009

___________________________ Conjunto KKKK
Arquiteto Marcelo Ferraz
Análise: Argemiro de Oliveira



















Foi uma Iniciativa do Brasil Arquitetura
o projeto de recuperação
do conjunto bastante deteriorado
depois de anos de abandono, que contou
com o apoio da prefeitura de Registro e do governo
do estado de São Paulo.
A prioridade do projeto foi a restauração e
recuperação de um
patrimônio histórico
reconhecido por
tombamento estadual,
cujo remanescente físico é depositário da história do município
e da origem de grande parte de sua população. Não somente as
construções foram
restauradas mas ali
também foi
implantado um projeto de referência histórica, o Memorial da
Imigração Japonesa do Vale do Ribeira, museu que conta com significativo acervo de obras
cedidas por artistas plásticos de origem
japonesa radicados no Brasil, além de fotografias,
ferramentas, peças industriais e objetos doados pela população, reunidos para contar a história da imigração japonesa na região.O segundo aspecto importante é a articulação desse patrimônio revitalizado com sua paisagem histórica e ambiental, relacionando-o com a cidade de Registro
e com o rio Ribeira
de Iguape num projeto mais amplo, o Parque Beira-Rio. O objetivo é recuperar as margens do rio e controlar as enchentes, integrando o conjunto à cidade através do projeto de uma praça para o mercado, do desenho de eixos de comunicação e fluxo, ações que se
somam para recuperar
a relação histórica da
cidade com
seu rio.

____________________________________________

Análise:
A recuperação e restauro de antigas edificações é de grande importância
para a preservação da história de nossas cidades. Além da recuperação é
importante se preocupar com o uso, ou novo uso que lhe será destinado
fazendo com que se torne uma peça importante no conjunto urbano.
O projeto restaurou antigos galpões e inseriu um novo bloco de linhas
simples e puras, com cor neutra e material tradicional e com uma certa distância do
resto do conjunto, fazendo com que não entrem em conflito com a parte mais histórica.
Achei interessante que o arquiteto não usou muitas máscaras ou objetos que tirassem
a característica das antigas edificações, acho importante manter o máximo do
seu original com adaptações aos novos padrões de conforto para que a obra se torne
atrativa e com papel ativo nas cidades de hoje.
ficha técnica:


Equipe: Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz,
Anderson Freitas, Carlos Ferrata, Carmem Ávilla,
Cícero Cruz, Fabio Mosaner, Juliana Antunes,
Paulo Alves, Pedro Barros



Data de início do projeto: 1996


Data conclusao da obra: 1998 -2001


Programa: recuperação de edifício histórico
e adaptação para museu da imigração japonesa,
centro de convivência, salas multimídia, biblioteca,
exposições, restaurantes, auditório


Área: 2.900m²


Local: Registro, SP


Fotos: Nelson kon





Gustavo Penna | Parque de exposições | Belo Horizonte

Tom monumental surge de formas simples e puras


O portal de acesso, que tem 14 metros de altura e também é um castelo de água (imagem ao lado) marca o principal eixo do complexo e o acesso ao hall nobre; ao lado esquerdo possui os pavilhões, cuja cobertura é também elemento de composição arquitetônica. O desenho luminotécnico incorpora a aura de festa e amplidão que Penna procurou acrescentar ao espaço.

Projetado há 10 anos, o Centro de Exposições Expominas, foi construído em duas etapas. Decorrida uma década, sua arquitetura não envelheceu - ao contrário, mostra-se extremamente contemporânea . O segredo dessa juventude está no desenho do arquiteto, nas formas puras e elegantes que, na sua simplicidade, expressam o caráter monumental do conjunto.


Na imagem ao lado, uma vista do conjunto, exprimindo a monumentalidade dos quase 72 mil m² de área, como pela demanda por uma flexibilidade capaz de atender exposições e eventos de diversas naturezas.




As edificações possuem estética industrial , com coberturas metálicas em vãos de 25 metros e fechamentos com telhas termoacústicas do mesmo material.



"O resultado é um conjunto urbanísticoarquitetônico digno e eficiente, que se harmoniza com a preservação dos edifícios históricos do parque”, avalia Penna. “Ele está dentro de modernos conceitos de revitalização urbana para configurar um marco da vocação mineira como pólo nacional de exposições e eventos.”

Análise:


A obra relata a mais pura arquitetura moderna, com linhas limpas, não há excessos. Seu interior é muito bem resolvido com espaços flexíveis para demais usos. É uma imagem totalmente tecnológica e que em determinados lugares, como onde está inserido em harmonia com os edifícios existentes, pode ficar bem relacionado. Porém é imprescindível destacar a ausência de espaços externos, arborizados, fazendo com que as edificações se fechem para o interior deixando de proporcionar os espaços de passagem e convívio. Esta ausência pode ser analisada na imagem da vista do conjunto, onde este espaço está dotado de uma grande área pavimentada, servindo de estacionamento, e assim negando as circulações de pedestres, priorizando o que deveria estar em uma área mais periférica, o automóvel.
Pode-se levar em consideração que esta obra iniciou-se há 10 anos, e que a questão do caos urbano não estava ainda em evidência, porém é inegável o uso totalmente racional das áreas externas.

Acadêmica :: Heloisa Franzoi


Academia Mineira de Letras

Academia Mineira de Letras, 1993- Gustavo Penna
Belo Horizonte, MG.

Academia Mineira de Letras, leva a um olhar de quem sobe a Rua da Bahia, onde os prédios se dialogam entre si através da harmonia entre os volumes e de elementos arquitetônicos reutilizados. No foyer –galeria com pé direito duplo e iluminação zenital, já na sala de autógrafos e auditório se desenha uma atmosfera de luminosidade e abertura em contraponto com a interioridade do casarão. Conversa de dois tempos, duas formas contrastantes que geram um lugar aberto. Onde a cidade torna uma soma de tempos. Terreno possui 601,50m² e sua área construída é de 1200m², o projeto foi realizado em 1990 e a conclusão da obra em 1993.
O contraste do clássico - verdadeiro relicário - e o moderno arrojado e funcional - Palacete e Auditório - deu à Academia o realce e a beleza externa que o seu rico conteúdo interno - homens e livros - abriga doravante.

Análise

Como diz o arquiteto, ele acaba se transformando no edifício, onde o gesto deve ser compreendido pelo usuário, caso contrário ele não simboliza seu uso. Se o prédio for aberto (conforme a Academia Mineira de Letras), ele deve ser convidativo para a população entrar, outro lado, é manter sua história, tem que evocar suas idéias. A arquitetura é uma forma de expressão que tem que cuidar bem da geração de símbolos, de história, através de formas, de aberturas, sombras e luzes. Conforme foi historicamente cuidado no projeto adequando a Academia. Conservando sua história, estabelecendo sua forma, convidando a sua entrada, tudo isso se torna um conjunto de privilégios em um projeto arquitetônico. Assim, podemos perceber que o arquiteto dominou o seu gênero, sua criatividade.
































Katiane Michele Gorges
























Gustavo Penna formou-se arquiteto na Universidade Federal de Minas Gerais, em 1973. No mesmo ano de sua formatura, constituiu seu escritório que recebe seu nome. Projetou diversas obras, dentre elas o prédio da Rede Globo Minas, o Expominas, o Museu de Congonhas, a sede da Escola Guignard, além de vários projetos residenciais. Também realizou obras de cunho urbanístico, como a intervenção na orla da Lagoa da Pampulha e na área da Praça Sete. Recebeu diversos prêmios, entre eles o da 6ª premiação MG 97, com o projeto da Academia Mineira de Letras
Gustavo Penna vê na arquitetura uma forma de homenagear, pensar e até se indignar. idolatra Niemeyer, mas não esconde as influências do avô, o poeta José Oswaldo de Araújo, e artísticas de Amilcar de Castro. Premiado pela Bienal Internacional de Arquitetura do Brasil, Gustavo tem uma linguagem universal e busca espaços iluminados, leves e múltiplos. A GPAeA nasceu na crença de que a arquitetura é indispensável na formação de identidade no país. Há 35 anos, existe o ecritório e já resultou mais de 500 projetos de arquitetura.


http://casa.abril.com.br/coberturas/mostras-decoracao/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gustavo_Penna
www.gustavopenna.com.br/















Museo do Pão
Brasil Arquitetura / Marcelo Ferraz
Data de início do projeto: 2005
Data conclusao da obra: 2007
Local: Ilópolis, RS







O antigo Moinho abandonado, é ponto fundamental para o desenvovimento da proposta. O prédio antigo, todo de madeira, foi contruido pelos imigrantes italianos. Até então abandonado, em 2004 surge a idéia do projeto de recuperação, buscando uma reutilização do espaço e incentivo a cultura da pequena cidade.

Programa de necessidades: dois prédios novos abrigando o Museu do Pão e Escola de Confeiteiros; restauração e adequação do moinho antigo


Análise Arthur:

Os dois novos prédios propostos tiveram como referência o moinho antigo, sua arquitetura e seus materiais utilizados.
Os três prédios aparentam se comunicar perfeitamente entre si, as novas construções dão um aspecto atual ao volume revestido de madeira, e da mesma forma, características e elementos do passado foram resgatados para compor elementos do projeto e os novos volumes, de concreto e vidro


O projeto do Museu do Pão, uma obra contemporânea, onde para mim direta e clara. Tinham um edifício antigo onde deveria ser restaurado, dar um novo uso e ser parte fundamental do projeto todo. Criaram-se então os outros blocos, com um desenho limpo e com materiais contemporâneos, mas em que nenhum momento entra em conflito com o moinho antigo, nem na questão de escala como também no emprego dos próprios materiais. O que deixa em evidência o Moinho, como dito antes, para mim ponto principal da proposta toda.



Na arquitetura contemporânea das nossas cidades particularmente acho que falta uma análise geral da cidade. Uma contextualização e conceituação. Seja qual for o projeto ele provavelmente terá que se integrar com algo já construído, seja uma parte da obra antiga, suas construções vizinhas ou até mesmo um massa de vegetação.
Somos influenciados por tendências de revistas, materiais, estilos, etc. Cabe ao profissional importar as vontades do cliente, porém tem que se dosar o uso das tendências e aplica-las de maneira inteligente e coerente.
Além da presença do constante processo de renovação das nossas cidades , deve- se saber o que manter e de que maneira se integrar com o novo.

Arthur G Massarelli

ORLA DA PAMPULHA - GUSTAVO PENNA














Essa obra resultou de uma metodologia participativa que envolveu reuniões freqüentes com a comunidade, técnicos de diversas áreas e representantes de instituições públicas e privadas. O projeto devolverá a região a condição de principal cartão postal de Belo Horizonte.

Oscar Niemayer teve grande influência nesse projeto, visto que a orla é palco de suas obras.

Programa de necessidades:

Cinco setores compõem o parque: esplanada, área reflorestada, área alagada, reserva de uso restrito e enseada. Nas áreas livres predominam árvores e gramas (não há canteiros) e há o mínimo de construções. A principal edificação , o centro de apoio, é composta por um volume branco de desenho conciso, ao qual se anexa uma varanda, com marquise apoiada em delgados pilares arredondados. O centro abriga a administração e possui um pequeno auditório. Diante de um espelho d'água , e em meio ao cenário marcado pelo verde, o conjunto revela sua expressividade .

Data do projeto: 2002
Data de conclusão da obra: 2004
Área do terreno: 270.000m2

Elisa Manoela Ebele