quarta-feira, 17 de junho de 2009

Gustavo Penna | Parque de exposições | Belo Horizonte

Tom monumental surge de formas simples e puras


O portal de acesso, que tem 14 metros de altura e também é um castelo de água (imagem ao lado) marca o principal eixo do complexo e o acesso ao hall nobre; ao lado esquerdo possui os pavilhões, cuja cobertura é também elemento de composição arquitetônica. O desenho luminotécnico incorpora a aura de festa e amplidão que Penna procurou acrescentar ao espaço.

Projetado há 10 anos, o Centro de Exposições Expominas, foi construído em duas etapas. Decorrida uma década, sua arquitetura não envelheceu - ao contrário, mostra-se extremamente contemporânea . O segredo dessa juventude está no desenho do arquiteto, nas formas puras e elegantes que, na sua simplicidade, expressam o caráter monumental do conjunto.


Na imagem ao lado, uma vista do conjunto, exprimindo a monumentalidade dos quase 72 mil m² de área, como pela demanda por uma flexibilidade capaz de atender exposições e eventos de diversas naturezas.




As edificações possuem estética industrial , com coberturas metálicas em vãos de 25 metros e fechamentos com telhas termoacústicas do mesmo material.



"O resultado é um conjunto urbanísticoarquitetônico digno e eficiente, que se harmoniza com a preservação dos edifícios históricos do parque”, avalia Penna. “Ele está dentro de modernos conceitos de revitalização urbana para configurar um marco da vocação mineira como pólo nacional de exposições e eventos.”

Análise:


A obra relata a mais pura arquitetura moderna, com linhas limpas, não há excessos. Seu interior é muito bem resolvido com espaços flexíveis para demais usos. É uma imagem totalmente tecnológica e que em determinados lugares, como onde está inserido em harmonia com os edifícios existentes, pode ficar bem relacionado. Porém é imprescindível destacar a ausência de espaços externos, arborizados, fazendo com que as edificações se fechem para o interior deixando de proporcionar os espaços de passagem e convívio. Esta ausência pode ser analisada na imagem da vista do conjunto, onde este espaço está dotado de uma grande área pavimentada, servindo de estacionamento, e assim negando as circulações de pedestres, priorizando o que deveria estar em uma área mais periférica, o automóvel.
Pode-se levar em consideração que esta obra iniciou-se há 10 anos, e que a questão do caos urbano não estava ainda em evidência, porém é inegável o uso totalmente racional das áreas externas.

Acadêmica :: Heloisa Franzoi


6 comentários:

arquitetura brasileira V disse...

O Parque de Exposições, possue um projeto arquitetônico com traços expressivos que são marcados por uma estética industrial. As clarabóias de iluminação,atraem o olhar para o edifício principal o que torna-se um conjunto atraente de formas . As coberturas metálicas garantem uma imagem tecnológica, contemporânea e possui harmonia volumétrica com o entorno existente, refletindo a receptividade do parque. Porém, também concordo que faltam áreas externas para que as pessoas possam usufruir e garantir uma permeabilidade maior ao parque.

Fabiane Krieger

arquitetura brasileira V disse...

Como pude perceber nesse projeto, são linhas puras, simples e de um visual arquitetônico elegante. Mas também percebi a ausência do conceito sustentável, não só conceito, mas sim da aplicação no projeto existente. O conjunto urbanístico sempre será um conflito para humanidade, por isso deve-se pensar e analisar bem o projeto antes de executá-lo, valorizando mais o ser humano do que os automóveis. Intervenções arquitetônicas que possibilitam um melhor aproveitamento e fruição da paisagem e do meio-ambiente. É perceptível a influência desses traçados monumentais em alguns parques projetados por arquitetos contemporâneos.

Katiane M. Gorges

arquitetura brasileira V disse...

Gostei bastante do pórtico de entrada do conjunto. Um elemento simples mas com muito destaque e que através do recurso simples da iluminação lhe garante um caráter versátil e com identidades diferentes para distintos eventos.

Concordo com a Heloísa quando diz que o conjunto se fecha muito para seu interior. É clara a ausência de ambientes confortáveis e de áreas verdes, tornando as áreas em torno do edifício principal um lugar extremamente de acesso e circulações.
Falta a escala humana para que o conjunto, em vez de intimidar, atraia o público.

Com relação ao estacionamentto, acho importante principalemte num projeto como este, mas poderia ter sido pensado de maneira deferente, de modo a não criar grande áres impermeabilizadas e nem ocupar um espaço tão grande.


Argemiro de Oliveira

arquitetura brasileira V disse...

Concordo em partes com os colegas que comentaram acima quando focam suas críticas na falta de vegetação, estacionamento grandioso, pouca integração do interno com externo, falta de conceito sustentável etc...
Sustentabilidade para mim, é sem dúvida a tendência que deverá marcar um novo período arquitetônico, mas precisamos entender o que realmente é sustentabilidade.
Como podemos negar o automóvel no período em que vivemos? Com transportes coletivos precários e pouca infra-estrutura urbana, vale a pena arriscar um projeto que despreze o automóvel? Um estacionamento subterrâneo ou um edifício garagem seria ótimo! Todo aquele pátio cheio de veículos teria grama e umas plantas com 1,50m de altura no caso de um subsolo, mas isto seria sustentável sabendo que toneladas de materiais não renováveis foram utilizados para tanto?
A meu ver faltou sim mais reverência a natureza em todo o projeto. Pelas fotos que tive acesso, percebo que se todo aqueles pátios e passeios recebessem arborização a arquitetura do complexo ficaria escondida, acredito que este seja o motivo da ausência quase que total de vegetação no complexo, um ponto inegavelmente fraco do projeto.
Quanto a integração do interno com o externo, outra tendência da arquitetura contemporânea, temos que saber relevar este fator a tipologia da edificação. As bordas do complexo que compõe as fachadas principais são visualmente permeáveis e se integram sim com o exterior, já os pavilhões se fecham para si, totalmente de acordo com o programa do projeto.

Nelson Wan-Dall Jr.

arquitetura brasileira V disse...

Interessante a forma que o arquiteto valorizou os espaços abertos e as formas simples, tirou partido da iluminação e das cores, tornando o conjunto arquitetônico ainda mais atraente. Toda a monumentalidade do conjunto encontra-se no fato de estar inserido em um meio urbano. No entanto, houve menor preocupação com a circulação de pedestres, pois grande parte da edificação funciona como estacionamento, priorizando o automóvel. Sendo que nas cidades é notória a importância de cada vez mais se pensar na urbanização priorizando pedestres e transportes coletivos como ciclovias.

Aline de C. Rosa

arquitetura brasileira V disse...

Sobre a obra do Gustavo Penna, observa-se uma preocupação excessiva com o programa, negando a relação, comum na arquitetura contemporânea, interior e exterior.
Também a utilização do amplo espaço externo como estacionamento foi excessivo, não criando espaços abertos para os usuários do parque de exposições.
Ao contrário do que o Nelson falou acredito que o estacionamento poderia ser em parte subterrâneo, em que os recursos aplicados na sua implantação seriam revertidos em qualidade de vida para os usuários.
Carlos Kniss