quinta-feira, 18 de junho de 2009

Museu Rodin Bahia
Arquiteto Marcelo Ferraz e Francisco Fanucci

O Museu Rodin Bahia, também chamado de Palacete das Artes Rodin Bahia, é composto por dois imóveis: Palacete Comendador Bernardo Martins Catharino, construído em 1912 em Salvador pelo arquiteto italiano Baptista Rossi, que foi restaurado para servir à atual função; e o novo volume com desenho contemporâneo e área edificada semelhante a da casa antiga.

O interesse para o projeto concentrou-se numa relação entre as duas edificações e não numa leitura isolada de cada construção.

Plantas do Projeto

A mansão que possui um estilo eclético foi selecionada pela relativa semelhança com o Hotel Biron, local onde está instalado o Museu Rodin Paris (edificação do século XVII).

O anexo é uma caixa em concreto aparente, consebido como bloco totalmente independente integrado ao antigo casarão por uma passarela de concreto suspensa a 3m do chão, preservando a escala e a espacialidade do bem tombado. No nível do jardim, as instalações abrigam uma loja e um café. No subsolo encontram-se áreas destinadas aos funcionários e as áreas técnicas.

O projeto integra os dois blocos com diferença de idade de um século.
Expressa, cada um deles diferentemente, uma técnica e um modo de construir, de morar, de usufruir o espaço; ambos envolvidos por um jardim tropical.

As características originais do casarão foram mantidas. Os elementos, equipamentos de climatização e de iluminação foram introduzidos em seus espaços de maneira discreta.


Possui um acesso ao sótão onde funciona a administração do Museu.

O novo bloco construído compõe o espaço como um conjunto articulado para ser livremente desfrutado pelo visitante. Possui um sistema de circulação vertical no Palacete na parte posterior, que se apresenta como um volume de concreto aparente encaixado no edifício histórico que contém escada e elevador ligando os três pavimentos de acesso público.

O térreo e o piso superior possuem espaços expositivos menores, que o complementam. O núcleo central se desdobra através de um grande pano de vidro, em um pátio externo, que se integrar às áreas expositivas do conjunto.

O Projeto de Marcelo Ferraz é um excelente exemplo de intervenção no passado histórico através de um projeto inteiramente contemporâneo.


Bibliografia: www.vitruvius.com.br / db5.skyscrapercity.com / arquitetandonanet.blogspot.com / www.arcoweb.com.br

Postado por Ligiane de Souza

6 comentários:

arquitetura brasileira V disse...

Acho incrível como o arquiteto encara a questão do patrimônio histórico. Com certeza é um referencial para os dias atuais. Atualmente muita história é perdida com a “construção de uma cidade em cima da outra”, quando não se percebe o valor real de uma edificação. De fato é necessário que haja uma transformação na cidade com o passar do tempo, mas acredito que ela não pode perder sua identidade e sua origem. Para isso é importante a intervenção do arquiteto da forma como pode ser observada nessa obra, adequando o novo ao antigo e dando uma nova função para o existente para que haja resultados positivos e as pessoas venham a utilizar o espaço, pois assim que uma edificação perde sua função ela está condenada ao abandono.
Lisandra de Souza

arquitetura brasileira V disse...

O Projeto do Rodin é interessante, pois promove um diálago entre o passado e o contemporâneo, buscando um equilíbrio entre o 3 ambientes que possui.
O edifício anexo, possui uma construção moderna, em concreto armado aparente contrastando com a arquitetura já existente e o jardim hamoniza com os dois. Os arquitetos conseguiram criar um diálogo permanente e um convivencia harmonica entre todos os ambientes.

Fabiane Krieger

Unknown disse...

O trabalho de restauro de Marcelo Ferraz no Museu Rodin é muito interessante. Além de dar à edificação existente a infra-estrutura necessária, adequando os espaços às atividades previstas para o museu, a intervenção cria uma conversa entre os dois edifícios, um espaço cultural no jardim centenário, como ponto de encontro e área de convívio.
Um ponto interessante do restauro e que leva a reflexão foi a decisão da equipe pela derrubada das paredes internas do edifício eclético. Marcelo cita o caso em sua entrevista para o portal Vitruvius (http://migre.me/2zMa). A divisão interna da residência eclética também é um exemplo do patrimônio brasileiro, mas o presente necessitava de outra configuração. Como o museu tem necessidade de espaços grandes e comunicáveis entre si, foram derrubadas as paredes, mas mantidos os batentes para marcar o espaço dos cômodos, ou seja, as características individuais dos tetos e marcações de cada quarto foram mantidos para entender a casa de família daquela época.

Helena I. Deschamps

Unknown disse...
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arquitetura brasileira V disse...
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arquitetura brasileira V disse...

Muito interessante essa obra pois houve a preocupação em integrar a arquitetura eclética do antigo edifício com a intervenção realizada atualmente.
É importante salientar que no edifício o novo volume não compete com a arquitetura do passado, respeitando a escala e a espacialidade, e mesmo sendo elemento independente, existe um diálogo tanto nas formas quanto nas cores, remetendo à uma arquitetura eclética sem parecer “kitch”, utilizando materiais como madeira e vidro em uma linguagem contemporânea.
É admirável a forma que o arquiteto encontrou em adaptar as novas funções a edificação, como destacando a circulação vertical no novo volume e introduzindo de maneira discreta toda a iluminação e sistema de climatização.

Aline de C. Rosa