quarta-feira, 17 de junho de 2009

___________________________ Conjunto KKKK
Arquiteto Marcelo Ferraz
Análise: Argemiro de Oliveira



















Foi uma Iniciativa do Brasil Arquitetura
o projeto de recuperação
do conjunto bastante deteriorado
depois de anos de abandono, que contou
com o apoio da prefeitura de Registro e do governo
do estado de São Paulo.
A prioridade do projeto foi a restauração e
recuperação de um
patrimônio histórico
reconhecido por
tombamento estadual,
cujo remanescente físico é depositário da história do município
e da origem de grande parte de sua população. Não somente as
construções foram
restauradas mas ali
também foi
implantado um projeto de referência histórica, o Memorial da
Imigração Japonesa do Vale do Ribeira, museu que conta com significativo acervo de obras
cedidas por artistas plásticos de origem
japonesa radicados no Brasil, além de fotografias,
ferramentas, peças industriais e objetos doados pela população, reunidos para contar a história da imigração japonesa na região.O segundo aspecto importante é a articulação desse patrimônio revitalizado com sua paisagem histórica e ambiental, relacionando-o com a cidade de Registro
e com o rio Ribeira
de Iguape num projeto mais amplo, o Parque Beira-Rio. O objetivo é recuperar as margens do rio e controlar as enchentes, integrando o conjunto à cidade através do projeto de uma praça para o mercado, do desenho de eixos de comunicação e fluxo, ações que se
somam para recuperar
a relação histórica da
cidade com
seu rio.

____________________________________________

Análise:
A recuperação e restauro de antigas edificações é de grande importância
para a preservação da história de nossas cidades. Além da recuperação é
importante se preocupar com o uso, ou novo uso que lhe será destinado
fazendo com que se torne uma peça importante no conjunto urbano.
O projeto restaurou antigos galpões e inseriu um novo bloco de linhas
simples e puras, com cor neutra e material tradicional e com uma certa distância do
resto do conjunto, fazendo com que não entrem em conflito com a parte mais histórica.
Achei interessante que o arquiteto não usou muitas máscaras ou objetos que tirassem
a característica das antigas edificações, acho importante manter o máximo do
seu original com adaptações aos novos padrões de conforto para que a obra se torne
atrativa e com papel ativo nas cidades de hoje.
ficha técnica:


Equipe: Francisco Fanucci, Marcelo Ferraz,
Anderson Freitas, Carlos Ferrata, Carmem Ávilla,
Cícero Cruz, Fabio Mosaner, Juliana Antunes,
Paulo Alves, Pedro Barros



Data de início do projeto: 1996


Data conclusao da obra: 1998 -2001


Programa: recuperação de edifício histórico
e adaptação para museu da imigração japonesa,
centro de convivência, salas multimídia, biblioteca,
exposições, restaurantes, auditório


Área: 2.900m²


Local: Registro, SP


Fotos: Nelson kon





11 comentários:

arquitetura brasileira V disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
arquitetura brasileira V disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
arquitetura brasileira V disse...

A obra é bastante interessante, o que poderia ser apenas mais um edificio abandonado, foi regatado e se deu um novo uso resgatando também a história do município e da origem de grande parte de sua população.
Tal postura é inspirada desde os anos 1940, onde começou a utilização de construções antigas ou ruínas para novas funções.
Essa obra segue o pensamento de Lucio Costa, que mostrou que para ser moderno precisava conhecer a fundo o passado, ser atual e prospectivo. O que torna essa arquitetura moderna pois sem reverenciar um tempo já passado, sabe nela encontrar riquezas e não fardos, e assim dar um novo uso a ela nos nossos tempos modernos.

Barbara Hausmann Dalri

arquitetura brasileira V disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
arquitetura brasileira V disse...

Mesmo esta obra sendo um patrimônio histórico, o projeto conta com sua dose de modernismo.
O anfiteatro feito as margens do rio possui, como toda boa obra modernista, simplicidade nas formas e funcionalidade. Saber integrar uma construção nova com uma antiga é um grande desafio. O arquiteto Marcelo Ferraz fez um trabalho excelente. Tudo que é novo tem sua marca. O elevador anexado ao complexo é uma grande caixa de metal vermelha, e o anfiteatro uma caixa de concreto branca. Saber quais materiais usar e respeitar o antigo é uma idéia moderna. Até pouco tempo atrás se derrubava o velho para dar espaço ao novo. A obra do KKKK é um símbolo de como o pensamento dos arquitetos e da sociedade em geral tem mudado. Junto com Lina Bo Bardi, que fez o mesmo no SESC Pompéia, Marcelo Ferraz merece um papel de destaque na arquitetura contemporânea brasileia, não apenas por saber criar o novo e sim saber respeitar o velho.

Stéphanie Nascimento

arquitetura brasileira V disse...

A revitalização de edificações nos espaços urbanos é de total importância para a identidade do local, fazendo com que não se percam referências de regiões.
Entretanto a edificação implantada, onde tem uma referência histórica, fez uma negação às linhas do passado. Um volume totalmente maciço, que através da análise das fotos tem-se um impacto sobre à edificação restaurada.

Heloisa Franzoi

arquitetura brasileira V disse...

Segundo o próprio arquiteto estudado, Marcelo Ferraz comenta em entrevista condedida que o patrimônio “classificado” é algo fantástico para refletirmos sobre a prática de projeto.
O que gera um questão muito importante.
Se há a necessidade da realização de uma proposta para um local onde já possui elementos fortes edificados,nossos patrimõnios, temos, provavelmente a obra já edificada é de extrema importância e serve como referência. A preocupação que deve existir, é se a nossa proposta será coerente e se acrescentará ao já edificado. Caso contrário, nada melhoraria o loca, então não justificaria a construção.
Afirmo ainda a idéia que nossas cidades, não seguem mais modelos repetidos como no período modernista, porém a maioria de nossos edificios são, por si só, obras e não se relacionam com a cidade.
Nosso arquiteto estudado, mesmo por influência de Lina BoBardi, tem preocupação clara em suas obras da relação antigo/ monumento com o novo.
Lina, arquiteta formada na Itália, presenciou períodos de destruição e reconstrução, dai a preocupaçao com o patrimõnio, onde refletiu claramente em seus trabalhos executados aqui no Brasil.
Em um projeto bem fundamentado é possivel acrtescentar edifícos, mudar seus usos, porém preservar seus elemementos mais importantes, referenciando a época da construção.
Falando ainda em Lina Bobardi, o SESC Pompeia, obra da arquiteta, é um exemplo da reutilização de prédios antigos, somente alterando seus usos. Uma proposta totalmente diferente de centros culturais que conhecemos, e que para mim, uns dos lugares mais atraente e dinâmico que eu já estive. Lá, durante visita percebi várias atividades acontecendo ao mesmo tempo e aqueles antigos blocos industriais com o eixo de passagem central onde direcionava ao deck, onde mesmo sem piscina, em pleno dia de semana em São Paulo pessoas tomavam sol. Tudo era convidativo, dinâmico.


ARTHUR G MASSARELLI

arquitetura brasileira V disse...

A restauração de um patrimônio histórico e, juntamente, o acréscimo de nova construção requer um cuidado rigoroso, para que a nova não interfira na inportância tanto arquitetônica como histórica da obra existente.
Nota-se, neste caso, que o arquiteto (Marcelo Ferraz) foi muito feliz neste aspecto.
Foi erguido, atendeno as necessidades solicitadas, um bloco com uma linguagem diferenciada, simples, pura, ao mesmo tempo que tem uma relação visual e acessibilidade ao conjunto como um todo.
Seguindo uma tendência da arquitetura brasileira, o arquiteto não possui preocupações com um estilo de arquitetura, e sim em fazer da sua arquitetura algo que venha de encontro às expectativas pretendidas na sua elaboração, isto é, criar espaços agradáveis para o usuário e uma preocupação na relação destes espaços com o seu entorno.

Carlos A.Kniss

arquitetura brasileira V disse...

Para o restauro de uma edificação o projeto pode se direcionar para rumos e intenções diferentes. Restaurar, manter as ruínas intactas, intervir construindo ou desconstruindo, contar a história, dar novo uso, enfim, as opções são muitas.
Neste caso Marcelo Ferraz direcionou o restauro para a manutenção das edificações existentes restaurando-as. Onde se fez necessário intervenções pontuais para atender o novo uso, utilizou-se de tecnicas e materiais atuais fugindo de cometer o erro de criar um falso histórico.
Para complentar a necessidade do novo uso, inseriu um bloco de linguagem totalmente diferenciada, destacada do conjunto pela distância e pelas linhas retas que vão em oposição ao existente.
Persebe-se a preocupação do arquiteto em relação as tendencias da arquitetura contemporânea, onde a relação público privado, interno e externo, são condicionantes para o desenvolvimento do projeto.

Nelson Wan-Dall Jr.

arquitetura brasileira V disse...

Para o restauro de uma edificação o projeto pode se direcionar para rumos e intenções diferentes. Restaurar, manter as ruínas intactas, intervir construindo ou desconstruindo, contar a história, dar novo uso, enfim, as opções são muitas.
Neste caso Marcelo Ferraz direcionou o restauro para a manutenção das edificações existentes restaurando-as. Onde se fez necessário intervenções pontuais para atender o novo uso, utilizou-se de tecnicas e materiais atuais fugindo de cometer o erro de criar um falso histórico.
Para complentar a necessidade do novo uso, inseriu um bloco de linguagem totalmente diferenciada, destacada do conjunto pela distância e pelas linhas retas que vão em oposição ao existente.
Persebe-se a preocupação do arquiteto em relação as tendencias da arquitetura contemporânea, onde a relação público privado, interno e externo, são condicionantes para o desenvolvimento do projeto.

Nelson Wan-Dall Jr.

arquitetura brasileira V disse...

A idéia de manter vivo o passado é sempre um desafio, já que relacionar o antigo e o novo é bem difícil. Mas nesse caso o arquiteto, Marcelo Ferraz, conseguiu evidenciar todo o conjunto através de algumas interferências. Ele se preocupou em manter uma arquitetura leve e simples, relacionando com entorno. Seguindo os conceitos que Lucio Costa acreditava, Marcelo mostrou a necessidade de estudar o passado para ser moderno. A obra é bastante funcional e agradável.

Camila Lopes