quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

A R Q U I T E T U R A M O D E R N A

Arte Moderna. Inquietação. Nada de modelos a seguir. Recomeçar. Rever. Reeducar. Chocar. Buscar o novo: multiplicidade e velocidade, originalidade e incompreensão, autenticidade e novidade.

O modernismo foi um movimento organizado por uma determinada vanguarda intelectual que cruzaram idéias do antigo e do moderno, da permanência e da mudança que o modernismo estava trazendo.
Assim posso dizer que o movimento modernista trouxe uma forma mais intelectual de pensar e repensar as artes, sendo um momento de análise crítica e de trazer até a nossa realidade tudo que poderia ser útil para poder compreender esse novo tempo e evoluir.
A ruptura com idéias anteriores deu inicio a um pensamento mais crítico, que não se prendia apenas a seu tempo, mas fazia uso do que já havia sido produzido no passado.
No Brasil o modernismo teve inicio através da Semana da Arte Moderna, realizada em 1922; e apesar de não ter sido dominante no começo, com o tempo esse estilo ultrapassou os anteriores.
Esse movimento deu inicio a uma nova fase no país, que propunha o abandono das tradições que vinham sendo seguidas até o momento e se preocupava com a atitude de “ser nacional”, “tupi or not tupi”.
Os arquitetos buscavam o racionalismo e funcionalismo em seus projetos, tendo como característica a forma geométrica bem definida e sem ornamentos. As obras apresentavam também o uso de pilotis para liberação de espaço, panos de vidros e integração da arquitetura com o entorno através do paisagismo.
A linguagem do moderno ainda está presente nos dias atuais, passou de geração para geração, pois nunca se deixou de lado a tentativa de levar essa linguagem pra frente, sempre evoluindo. Isso é o que chamamos hoje de arquitetura contemporânea, que não deixa dúvidas do resgate de ideais modernistas adaptadas ao novo tempo. Com isso vejo que o Movimento Modernista foi, é e sempre será uma grande referencia para as artes.
Um dos arquitetos desse movimento é o arquiteto João Figueira Lima (Lelé), que tendo total controle das técnicas construtivas, integrou em suas obras a arquitetura, o design e a engenharia.
Ele pertenceu a uma geração marcada pela construção de Brasília, onde compreendeu o problema da relação entre projeto e modo de execução, pois durante a construção de Brasília ele foi responsável pelo projeto do alojamento dos operários.
Foi nessa obra que foram buscadas as primeiras soluções de pré-fabricação em concreto, pois até então a arquitetura brasileira estava voltada somente para as formas inusitadas dadas pelo uso do concreto armado e com as tecnologias do pré-fabricado utilizadas por Lelé começou-se a pensar de forma mais racional e econômica.
Hoje vemos que o uso de pré-fabricado esta cada vez mais presente e com esse modo de projetar de Lelé vejo um exemplo do quanto é importante viabilizar a produção seriada num ambiente cultural resistente, sem sair no formalismo técnico, pois cada vez mais as pessoas buscavam o novo, o moderno e o diferente com agilidade e economia na construção.

(Postado por: BIANCA RAQUEL BUZZI)

2 comentários:

arquitetura brasileira V disse...

A arquitetura moderna apareceu no Brasil apenas em 1922 na Semana da Arte Moderna. Recebeu várias críticas pela nova arquitetura, os vanguardas que continham padrões estéticos bem definidos, não receberam bem o movimento. Os dois pioneiros, os arquitetos Rino Levi e o imigrante russo Gregori Warchavchik, atentos com o que acontecia na Europa, divulgava nos jornais do esses ideais. Levi apresentava o seu pensamento, alinhado às doutrinas dos grandes mestres do Movimento Moderno na Europa Adolf Loos, Walter Gropius e Le Corbusier.
A arquitetura moderna quebrava paradigmas na época, a nova técnica revisava os valores plásticos tradicionais e os antigos processos de construção. O concreto armado apresentou outra hierarquia aos lementos de construção, como os pilares, vigas e paredes de vedação, apresentava liberdade da planta com vãos livres, possibilidade de novas proporções e relações de cheios e vazios. A apresentava alto custo, tecnologias especiais, o projeto dos arquitetos brasileiros evoluiu para uma solução com personalidade própria, mas incorporando toda a síntese corbusieriana, sobretudo os “cinco” pontos da arquitetura: o pilotis, as plantas e fachadas livres, o terraço-jardim e os brises. Possuía como características linhas retas, uso do concreto armado, horizontalidade, vãos enormes, vidraças e estética marcante. Os arquitetos estavam construindo edificações que era brasileira, iam de acordo com o clima, natureza, luz e cultura do Brasil. A arquitetura moderna brasileira que distinguiu e se consolidou aos olhos do mundo. Era uma forma de pensar e projetar.
Mas a arquitetura moderna tinha seu lado negativo: era estético mas não funcional, não era uma arquitetura integrada, apresentava defeitos na conservação e não tinha responsabilidade social, a massa da população não tinham acesso a ela. Foi apenas com a construção de Brasília que virou ícone de expressão cultural.
A ascensão de Lúcio Costa, um dos mais famosos arquitetos modernistas marcou um segundo momento, a partir de 1931, quando foi nomeado diretor da Escola Nacional de Belas Artes e líder da equipe encarregada de elaborar o projeto do MESP. A ascensão de Oscar Niemeyer começou com as obras da Pampulha, em Belo Horizonte, produzindo uma arquitetura que se afastava, aos poucos, da síntese cobusieriana .Oscar Niemeyer, valorizava o formalismo, tornando-se o divulgador da arquitetura brasileira no Brasil e no exterior. Lucio Costa,incorporava a síntese entre o moderno e o tradicional.
José Figueira Lima, o Lelé, formou-se em arquitetura pela Escola Nacional de Belas Artes em 1955, iniciou sua carreira nas obras de Brasília colaborando com Oscar Niemeyer. Lelé trouxe a industrialização da construção e planejamento urbano como seu foco principal. Explorando as vantagens do baixo peso e da facilidade de montagem da argamassa armada, Lelé projetou seus primeiros sistemas de mobiliário e de infra-estrutura urbana para áreas carentes. A industrialização é questão de economia de escala.

Elizabeth Ferracioli Fusão

arquitetura brasileira V disse...

O movimento modernista séc. XX, nascido da necessidade industrial e carregando características do movimento bauhaus e construtivista, o modernismo busca em suas formas limpas e puras a otimização de materiais, a utilidade e a economia. São desta época as célebres frases: menos é mais (arquiteto Mies Van der Rohe) e a forma segue a função (arquiteto Daniel Domingues Sullivan).

Neste momento é importante observar que a descoberta das grandes tecnologias do início do século XX, tais como a telefonia e o rádio, e o encolhimento das distâncias pela evolução do transporte intercontinental, influenciaram a visão do "novo". A experimentação nas artes e no design negava as diretrizes orgânicas da art noveau para um universo de desconstrução e racionalização.

Durante este período movimentos importantes tais como o cubismo, dadaísmo e arte abstrata transformavam a visão da arte e da sociedade. Na arquitetura e no design, os novos materiais impusionados pela indústria utilizavam-se cada vez mais das estruturas metálicas, do nylon, plásticos, vidro e posteriormente do concreto armado que veio a ser o grande símbolo do modernismo no Brasil.

No Brasil a arquitetura moderna teve como principal influência o trabalho do arquiteto Le Corbusier, que tinha como característica principal a sua diversidade formal e destacamento dos eixos que construía uma grande articulação ao plano urbano, também teve em Lúcio Costa o seu principal mentor e impulsionador do movimento.

Partindo desta contextualização, é muito importante observar que o trabalho de Lúcio Costa, Oscar Niemeyer e João Filgueiras de Lima, o Lelé e outros, tiveram uma grande influência na construção da arquitetura moderna brasileira. Primeiro pelo papel do estado que com suas obras públicas e monumentais, traziam a visão vanguardista do movimento moderno para a arquitetura e arte como os painéis de Candido Portinari, em oposição ao estilo neo-colonial, mudando assim a paisagem urbana e fortalecendo o sentimento de "país do futuro", o que culmina no grande marco modernista no Brasil que é a construção de Brasília.

Neste momento a importância da contribuição do Lelé que se torna fundamental pois ele buscou na otimização dos processos da tecnologia construtiva do pré moldado uma alternativa de economia, rapidez e monumentalidade que os projetos de Niemeyer pediam, comparado aos dias de hoje esses processos ainda eram muito caros e normalmente só eram viabilizados graças aos orçamentos estatais. Outro aspecto bastante criticado das obras deste período era a dificuldade de transpor para a realidade a funcionalidade e o conforto térmico. Independente disso, a descoberta das técnicas da pré fabricação do concreto armado, que inclusive foi estudada no leste europeu pelo próprio Lelé nos anos 60, foram fundamentais para a evolução da arquitetura até a contemporaneidade, sendo hoje mais do que nunca uma grande alternativa para trazer a forma a serviço da arquitetura de maneira mais prática e de certa forma sustentável.

Esteticamente, a importância do movimento moderno traz suas grandes contribuições até hoje, onde elementos como a forma essencial, busca por novos materiais e funcionalidade se incorporam visivelmente à vanguarda da arquitetura nos dias de hoje.



Solange Martins