segunda-feira, 30 de novembro de 2009

ARQUITETURA MODERNA


A arquitetura moderna é um período arquitetônico da primeira metade do século XX que marcou definitivamente a arquitetura brasileira, com grandes nomes como Oscar Niemeyer e Lucio Costa. Este período é marcado pela invenção do concreto e o uso do aço nas construções, permitindo assim a construção de prédios mais altos e menos compactos. O concreto e o aço permitem também maior liberdade de expressão do design arquitetônico. A utilização de ornamentos, muito utilizados até então, foi praticamente abolida.

Principais críticas:

1. Distanciamento do seu principal objetivo, que era estimular ou desenvolver uma arquitetura para as massas, uma arquitetura voltado aos problemas sociais do país, onde TODOS tivessem acesso. O deslumbramento formado por essa arquitetura, principalmente por suas formas inusitadas proporcionadas pelo concreto, transformou-a numa arquitetura elitista e anti-social. E esse aspecto negativo permanece ainda hoje.

2. Distanciamento do respeito à natureza, dando ênfase ao produto industrializado, à produção em série, contribuindo para provocar uma sociedade industrial repleta de desequilíbrios sociais, culturais e econômicos e naturais. A preferência pela industrialização provocou e ainda vem provocando uma relação de dominação do homem sobre a natureza, com a criação e a valorização de materiais artificiais, ocasionando o desequilíbrio ecológico e a devastação dos recursos naturais.

3. Falta de uma relação dialética, ou seja, uma relação entre as oposições uso/apropriação humana X natureza, buscando os elementos conflitantes dessa relação para surgir uma nova situação, com uso racional e respeito, sem degradação e sem domínio de um sobre o outro.

4. A arquitetura moderna surgiu de um processo arquitetônico muito forte por sua postura inicial social e isso ocasionou vários modismos que com o tempo, foram reduzidos a esses meros modismos. Esses modismos, por serem diferentes, belos e ousados, por estarem presentes em diversas edificações importantes no país, acabam por atender a população de nível de renda alto, ou seja, acaba contribuindo ainda mais para a segregação urbana das diferentes grupos econômicos.

5. Ênfase à originalidade da forma arquitetônica moderna, deixando de lado a funcionalidade, ou melhor, deixando de considerar o ser humano como o aspecto mais importante desse processo. O forte caráter inventivo, na busca exclusiva das formas possibilitadas pelo concreto e, de certa forma na beleza arquitetônica, deixou de lado aspectos importantes do projeto arquitetônico como desperdícios, custos, conforto térmico, entre outros.

6. Separação dos edifícios modernos com o meio urbano, com o entorno. O objeto arquitetônico, de forma inusitada, peca por não dialogar com o entorno, seja ele uma paisagem natural ou o caos urbano.

7. Um exemplo de melhor arquitetura poderia ser o de Lelé, que tomou um rumo de trabalho um pouco diferenciado dos demais modernistas. Preocupa-se com o uso do concreto em função de uma política de construção em massa, utilizando-se dessa maneira de peças de concreto armado, com encaixes racionalizados. Enfim, Lelé pode estar a um passo à frente na construção de uma arquitetura social e mais igualitária. Uma arquitetura mais humana, preenchida de luz e iluminação natural, racionalizada e economicamente viável.
(Deisi Cristiane Hartke dos Santos)

Nenhum comentário: