segunda-feira, 23 de novembro de 2009

INTERVENÇÕES URBANAS PONTUAIS

Acadêmicas: Bianca R. Buzzi, Danielle M. Krieger e Elizabeth F. Fusão

Mercado Popular da Rocinha
Projeto: AAA- Azevedo Arquitetos Associados
Local: Rio de Janeiro – RJ

O Arquiteto

Rodrigo Azevedo é formado pela FAU/UFRJ desde 1997, foi professor de 2004 até 2006, foi Secretário de Projeto Urbano (SPUr) da Prefeitura da Cidade Nova Iguaçu (RJ) em 2005 até 2007, é fundador e titular do escritório AAA, onde desenvolve projetos de média e grande escala, no campo do patrimônio histórico, cultura, desenho urbano e habitat. De 2008 à 2009 fez mestrado na AA_Architectural Association School of Architecture (Londres), no curso de Housing and Urbanism, como bolsista do Governo Britânico(Chevening cholarship).
Suas principais obras: Mercado Ver‐o‐Peso, Mercado Popular da Rocinha, Cine Palácio (restauração), Igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro (restauração), Distrito Cultural da Lapa (restauração), Centro Integrado de Cultura (Nova Iguaçu, RJ ), Centro Cultural OAB‐RJ, Parque Lage (restauração), Estação Ferroviária Barão de Mauá (restauração), SESC Vitória, Escola Municipal Capitão Silvino, Escola Municipal França Carvalho, Centro de Educação e Cultura de Campinho e Santana 119.

O Projeto


O Mercado Popular da Rocinha é um projeto de urbanização, do escritório AAA – Azevedo Arquitetos Associados, que visa o abrigo e a organização para o comércio ambulante da Rocinha, a maior favela do Rio de Janeiro. O local do mercado é o mesmo ocupado anteriormente, uma calçada de 150 metros de extensão com largura que varia de 6 a 20 metros, contendo a área total de 1.500 m² e apresenta infra-estrutura como banheiros, iluminação e depósitos.



O conjunto conta com 166 boxes sob a cobertura de lona tensionada com forma de guarda-chuva e estrutura metálica, a administração e banheiros são de alvenaria. Uma empena de concreto funciona com proteção acústica contra os ruídos dos veículos. A arquitetura proposta trouxe ao lugar fluidez, permeabilidade visual, leveza e integração. A escolha pelo sistema de lona tencionado foi devido a claridade que proporciona, não aquece o ambiente e capta a águas pluvial. O Investimento da Prefeitura do Rio de Janeiro foi de 1,2 milhões de reais.


Análise

O Projeto de Rodrigo Azevedo apresenta um grande conceito e responsabilidade social. A decisão de revitalizar a área que já era ocupada pelos ambulantes foi a principal característica dessa intervenção urbanística pois leva em conta os hábitos locais, a identidade do lugar se consolidou ainda mais, os usuários e comerciantes não iriam “mudar de lugar”, suas histórias estão ali.



A arquitetura do mercado também trouxe bastantes benefícios. Os novos sistemas construtivos contribuíram para a leveza e integração da linguagem do local. Trouxe mais qualidade para o lugar em termos de infra-estrutura, mais identidade e reconhecimento, com isso aumentou o fluxo de pessoas que passam pela calçada e conseqüentemente mais vendas, aumentando renda dos comerciantes e gerando empregos.
O interessante desse projeto é o seu comprometimento. Pensado e realizados para pessoas com menos poder aquisitivo, e proporcionando a essas pessoas arquitetura, e arquitetura diferenciada e atual que atendem a suas necessidades.

RIO-CIDADE REALENGO
BLAC – BACKHEUSER E LEONÍDIO ARQUITETURA E CIDADE
Rio de Janeiro –RJ (1197 – 2000)
Projeto: Otavio Leonídio e João Pedro Backheuser


O Projeto
Durante a década de 1990 foram realizados projetos visando o embelezamento, a infra-estrutura e a organização dos espaços urbanos do Rio de Janeiro.
Uma dessas intervenções foi projetada por Otavio Leonídio e João Pedro Backheuser no bairro de Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Tinham como proposta requalificar a relação entre o cidadão e o espaço público, contribuindo para a transformação da relação cidadão-espaço público; esse foi um dos fatores importantes para o sucesso do Projeto Rio-Cidade.
Algumas diretrizes foram essenciais para a elaboração desse projeto:
- Identificação e valorização da visibilidade dos referenciais urbanos, ou elementos marcantes na paisagem
- Dar uma identidade à área de projeto e combater a sensação de corredor de passagem
- Criação de espaços de especial interesse, com alta atratividade para os usuários, promovendo o encontro de usuários
- Plantio de árvores nativas ao longo da área de projeto criando assim um ar-condicionado verde, pois o calor é uma marca dessa região

Análise




Ao analisarmos a proposta e as diretrizes desse projeto vemos que o arquiteto e urbanista esta cada dia mais interessado em trabalhos na escala da cidade, que propõe a criação de intervenções pontuais de espaços públicos que visam à melhoria das condições cotidianas de vida da população. Estejam elas localizadas em uma zona carente de infra-estrutura e longe do centro, como é o caso do bairro de Realengo; ou localizados no centro da cidade.
Esta surgindo um novo campo para o arquiteto e urbanista em termos de equipamentos urbanos, intervenções pontuais, com propostas de intervenções de menor porte para camadas menos favorecidas, sem ilusões de transformações radicais e luxuosas; se preocupam apenas com a melhoria nas condições de vida da população à importância.

RIO-CIDADE RUA URUGUAI
RAF ARQUITETURA E PLANEJAMENTO / MAIS DOIS ARQUITETOS ASSOCIADOS
Rio de Janeiro – RJ (1999 – 2003)
Projeto: Anibal da Costa, Flávio Kelner, Francirose Soares, Henri Medalla, Guilherme de Sousa e Rodrigo Sambaquy

Os Arquitetos

A RAF arquitetura completa 20 anos de trabalho em projetos desenvolvidos nos diversos campos da arquitetura.
A equipe é formada por arquitetos, urbanistas, desgners, unidos a consultores e equipes multidisciplinares desenvolvem um programa de necessidades do projeto, buscando a tradução fiel da necessidade do cliente, apresentando uma solução simples e completa.
Desenvolvendo projetos desde 1988, a RAF participa de empreendimentos em diversos setores: estabelecimento de saúde, comercial, corporativo, entretenimento, urbanismo, residencial, educacional, hotelaria e estudos de viabilidade.

O Projeto

A revitalização da Rua Uruguai visa unificar e ampliar as calçadas e dotá-las de mobiliário urbano que devolva as atividades comunitárias e o convívio entre vizinhos. A valorização da individualidade de cada bairro da cidade pelos seus moradores é um dos objetivos-chave do empreendimento.
Como principais diretrizes do projeto, temos:
- As obras incluem a reformulação de toda a rede de infra-estrutura existente, melhorias na pavimentação de vias e calçadas e a implantação de uma nova iluminação pública que valorizará a área como um todo;
- As esquinas serão valorizadas com piso diferenciado e rampas de travessias de pedestres, introduzindo o conceito de acessibilidade universal;
- As calçadas receberão nova pavimentação em pedra portuguesa com elementos em intertravado, além do plantio de novas árvores;
- O mobiliário urbano existente no local foi todo remodulado;
- As redes de drenagem e esgotamento sanitário foram modernizadas e complementadas.


Análise


Este projeto foi abandonado pela prefeitura do Rio de Janeiro, sendo só um trecho concluído, mas este não recebe nenhuma forma de manutenção. A qualidade da cidade foi muito desigual na aplicação das modificações nos vários bairros cariocas. Deve-se registrar o inelutável fato de que as ruas e o equipamento urbano do Rio de Janeiro perderam a unidade de sobriedade que os caracterizavam e que não deixavam de ser importantes, face à já tão exuberante paisagem natural da cidade.

Referência:

www.aaa.com.br/
http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/95/artigo23721-1.asp
http://www.blac.com.br/portfolio/portif_cidade.asp?04
www.rafarquitetura.com.br/



7 comentários:

arquitetura brasileira V disse...

Mercado Popular da Rocinha - RJ

Este projeto é um bom exemplo de intervenção urbana. A estrutura tensionada inserida na paisagem é leve e contemporânea. A permebilidade visual transmite liberdade de acesso e de disponibilidade de apresentação do produto que será vendido pelos ambulantes, através deste eixo, que é um grande calçadão. Outra característica é a possibilidade de adaptar esta estrutura ao espaço de uso de cada comerciante, que não tem limitações. Considero o conceito de Azevedo importante pois respeita o contexto urbano, através de uma responsabilidade social, criando soluções, respeitando a história e o dia-dia do usuário, que no caso do projeto foi o dos ambulantes - comerciantes.

Laís Cristina Leite

Unknown disse...

Concordo com a Laís, é um ótimo exemplo de intervenção urbana,e com uma façanha que poucos conseguem: PROMOVER O ENCONTRO DE PESSOAS e difundir a cultura, além claro de promover a economia local.
Algo bacana do projeto, é que, além da estrutura tensionada já citado acima, é a captação das águas pluviais (chuva, hj grande problema de Sao Paulo). As águas não podendo serem despejadas na rua e terrenos vizinhos são capitadas através de implúvios centrais nos interiores dos postes principais das lonas e que segue pela rede de drenagem no subsolo. Achei uma boa sacada a estrutura tensionada juntamente com a capitação das águas pluviais.

Milena P. Botelho

arquitetura brasileira V disse...

A partir do texto podemos perceber que pequenos pontos estratégicos no meio urbano fazem toda diferença no contexto de uma cidade. Criando esses pontos de conforto visual e funcional, acabamos gerando assim um enorme conforto para todo a sociedade.

Marco

arquitetura brasileira V disse...

São muito raros no Brasil projetos e intervenções urbanas como estas expostas acima. O governo simplesmente se nega a investir verba em projetos para a população carente. Felizmente podemos encontrar alguns projetos que visam a melhoria da cidade para todo o tipo de gente. Na Rocinha, percebe-se que um simples mercado público, com a utilização de materiais simples e práticos teve uma "cara nova". As ruas cariocas que foram revitalizadas passam a atender toda população (incluindo deficientes) e traz qualidade de vida. Bom seria se pudéssemos encontrar esse tipo de projeto em todos os lugares que é necessário.

Ana Luiza Lubitz

arquitetura brasileira V disse...

Analise de Bruna Spengler
Mercado Popular da Rocinha

Concordo com os autores da postagem quando dizem que o projeto de Rodrigo Azevedo apresenta um grande conceito de responsabilidade social. Foram muito felizes ao revitalizar a área que já era ocupada para este fim, pois desta forma levam em conta os hábitos locais – garantindo o sucesso e aceitação do projeto.
Este tipo de empreendimento é muito positivo para a arquitetura brasileira, pois prova que nossa arquitetura está deixando de ser uma ferramenta segregadora de classes, para tornar-se uma ferramenta de melhoria de vida para a população geral, e não apenas para aqueles que têm condições de pagar por um projeto.
O projeto em si, também é interessante pois além de Mercado Popular, este calçadão de 150m, transforma-se aparentemente em um local de circulação coberto, apresentando fluidez, permeabilidade visual, leveza e integração.

Unknown disse...

O autor do projeto do Mercado Popular da Rocinha conseguiu realizar uma intervenção urbana de grande importância, pois uniu os apectos sociais, econômicos e ambientais de uma região tão depredada e carente de infra-estrutura. Utilizando materiais leves, de fácil montagem e eficientes, a revitalização promoveu o encontro de pessoas, aumentou a circulação das mesmas pelo local, gerando mais vendas e consequentemente, emprego.
Concordo com a Milena sobre a captação de águas pluviais, realmente um ponto muito importante que, aliado ao projeto (pensado e planejado), teve fácil solução.

arquitetura brasileira V disse...

O projeto de Rodrigo Azevedo do Mercado Popular da Rocinha, beneficia a comunidade local dando outra aparência em uma área extensa, onde a circulação de pessoas é grande. A escolha pelo sistema de lona beneficia, pois contribui em amenizar o calor dos usuários, pois a cidade do Rio é quente, também trata de uma das necessidades que é a água.É uma obra de visão sustentável, trazendo beleza e melhorias locais.

Solange Martins